Caim significa
possessão. Muitos presumem que Eva achava que essa era a semente prometida,
e que por isso havia triunfado nele, mas estava enganada. Aliás, como exemplo
de engano parecido na Bíblia, podemos citar 1 Sm 16.6.
Abel significa
vaidade. Como pensava que já tinha sido cumprido a promessa em Caim, Abel
seria apenas uma vaidade em sua vida. Para aqueles que tem interesse em Cristo,
e fazem D´Ele tudo o que tem, as outras coisas são como nada.
No campo das hipóteses, poderia ser que cada um tivesse
uma ocupação para que pudessem negociar e fazer permutas entre si. O trabalho
estava longe de ser uma desonra para eles, pelo contrário, era uma honra.
Pode ser que Abel tenha escolhido tal profissão para ter
tempo de devoção a Deus, pois, assim como Davi e Moisés cuidavam de seus
rebanhos, tinham tempo para conversar com Deus.
v.3,5
– Para entendermos a significação das duas ofertas, uma aceitável e a outra
refutada por Deus, podemos subentender que Caim e Abel ouviram muitas vezes a
história do primeiro pecado e do primeiro sacrifício: a morte do animal cuja
pela forneceu as túnicas para Adão e Eva. É provável que o próprio Deus tenha
dado ordens a Adão a respeito de tais ofertas. Tinham ouvido que as folhas de
figueira, apesar de representarem esforço, não serviam pra nada, pois não havia
derramamento de sangue. Caim deveria ter compreendido que não deveria trazer
uma oferta da lavoura – 1ª posição. A 2ª posição diz que eles trouxeram suas
ofertas conforme suas ocupações e posses (1 Co 16.1,2).
Podemos imaginar se eles tiveram uma longa discussão, se
eles brigaram, se Abel foi paciente. Aprendemos em Hb 11.4 que a oferta de Abel foi feita pela fé, por motivo dos
atributos que ele via em Deus. Em 1 Jo
3.12 aprendemos que havia bastante diferença na conduta e caráter dos dois irmãos, e isto deve ter ficado
evidente durante os anos.
A oferta de Caim é mencionada primeiro, talvez porque ele
fosse o mais entusiasmado dos dois. O Senhor aceitou a oferta de Abel porque
este compareceu diante D´Ele com fé genuína e consagração. A oferta de Caim foi
rejeitada porque ele estava destituído de fé sincera e obediente, e porque as
suas obras eram más. Deus tem prazer em nossas ofertas e ações de graça tão
somente quando nos esforçamos para viver uma vida reta, de conformidade com a
Sua vontade.
Havia uma diferença no caráter das ofertas das duas
pessoas. Caim era um homem ímpio, levava uma vida ruim, e, como consequência, o
seu sacrifício era uma abominação ao Senhor. Deus não tinha respeito por Caim,
e muito menos pela sua oferta. Com Abel foi diferente. Em Mt 23.35, ele foi chamado de justo. Seu coração era íntegro e
devoto.
Motivos da oferta
superior de Abel:
1°)
Em sua natureza
A oferta de Caim era apenas um sacrifício de
reconhecimento oferecido ao Criador, enquanto a de Abel reconhecia que ele era
um pecador e implorava pelo seu favor.
2°)
Características da oferta
Caim trouxe o fruto do solo, qualquer coisa que veio
facilmente a mão, algo que não desejava para si ou que não fosse negociável. Já
Abel foi cuidadoso na escolha: não o defeituoso, o refugo, mas o primogênito do
rebanho, do melhor que ele tinha.
Abel ofertou visando à vontade de Deus como regra e a
glória de Deus como finalidade, mas Caim fez apenas por companheirismo. Ele não
era humilde, fez por si mesmo, era como um fariseu que glorificava a si mesmo.
Ver Pv. 21.17.
Deus avalia tanto os nossos motivos quanto à qualidade do que lhe oferecemos.
Não devem nos preocupar as coisas de que estamos abrindo mão, pois tudo é de
Deus, em primeiro lugar.
v.6,7
– Qual a sua reação quando alguém insinua que você fez algo errado? Você
corrige o erro ou nega que precisa corrigi-lo? Após Caim ter o seu sacrifício
rejeitado, Deus lhe deu a chance de corrigir seu erro e fazer uma nova
tentativa, Deus até o encorajou a fazer isso. Porém, Caim se recusou, e o resto
da sua vida é um exemplo assustador do que acontece com os que se recusam a
admitir os erros. Da próxima vez que alguém insinuar que estamos errados, que
venhamos a fazer uma reflexão e escolher o caminho de Deus, não o de Caim.
Caim deveria ter ficado irritado consigo mesmo por sua
própria deslealdade e hipocrisia, e o seu semblante deveria ser de arrependimento,
não de raiva (Ex.: Lc 18.13). Um dos indícios que a pessoa tem um coração
soberbo são as objeções que ela faz contra aquelas reprovações que recebe, por
causa dos seus próprios pecados
v.7
– Trata-se aqui da ação do pecado sobre Adão. Deus retrata o pecado como uma
força tentadora que, de modo semelhante a uma fera ou demônio, está pronto para
atacar e devorar. Por outro lado, Deus também concede aos seres humanos a
capacidade de vencer e de resistir ao pecado, quando nos submetemos à sua
palavra, capacitados por sua graça. É do ser humano a opção de ceder ao pecado
ou a vencê-lo.
Como Caim poderia
vencer o pecado?
Resposta:
Ele teria que expulsar o ciúme doentio da sua vida. Semelhante a Caim, seremos
vítimas do pecado caso não o vençamos, e só podemos vencê-lo com a ajuda
preciosa do Espírito Santo.
v.8,10
– Este é o primeiro homicídio, uma vida tirada pelo derramamento de sangue
humano. O sangue representa a vida; se o sangue for tirado de uma criatura
vivente, esta morrerá.
Talvez Adão e Eva não pensassem que seria tão ruim comer
um fruto, mas reparem como o pecado se desenvolveu rápido e afetou seus filhos.
Eles agiram contra Deus, mas Caim agiu contra Deus e outras pessoas.
v.9
– “Sou eu o guardador do meu irmão”?
Alguns entendem que ele estava censurando tanto a Deus
quanto a sua providência.
v.10
– Deus fala como se o sangue fosse ao mesmo tempo testemunha e acusador de
Caim, porque o próprio conhecimento de Deus testifica contra ele, e a própria
justiça de Deus exige uma satisfação. O sangue de Abel clamava por vingança,
mas como é bom pra nós que o sangue de Cristo clame por perdão.
A morte de Abel e o cuidado de Deus por ele, no decurso
de todas as eras, observa atentamente todos os que sofrem por viver em retidão
diante D´Ele. Deus conhece o sofrimento desses justos e o dia chegará que Ele
agirá em favor deles, fazendo justiça e eliminando todo o mal.
v.11
– Caim foi amaldiçoado por Deus no sentido de Deus já não abençoar seus
esforços para extrair da terra o seu sustento. Caim não se humilhou com
tristeza e arrependimento diante de Deus, pois afastou-se do Senhor e procurou
viver sem a sua ajuda.
Caim foi severamente punido por Deus pelo seu pecado. O
Senhor julga os pecados e os pune apropriadamente, com a finalidade de nos
corrigir e restaurar nosso relacionamento com Ele. Quando você estiver passando
pela correção, não fique ressentido, mas aproveite para renovar seu
relacionamento com Ele.
v.13
– Caim censura a Deus, não aceitando a sua punição. Os corações sem humildade
não são reformados pelas repreensões de Deus, pois se consideram ofendidos por
elas. É uma prova de grande insensibilidade estarmos mais interessados em
nossos sofrimentos do que em nossos pecados. Ver Lm 3.39.
Ele se julga tratado com muito vigor, quando, na verdade,
foi tratado com muita gentileza. As culpas imperdoáveis enchem os homens com
terrores constantes – ver Sl 53.5 e Jó 15.20,21.
v.14
– Até o momento, só lemos a respeito de quatro pessoas: Adão, Eva, Caim e Abel.
Surgem duas questões: por que Caim ficou preocupado em ser morto por outras pes.soas,
e onde ele se arrumou uma esposa?
Adão e Eva tinham inúmeros filhos que haviam sido
instruídos a “encher a terra”. Caim sentia-se extremamente culpado pelo
homicídio que cometera, e provavelmente temia repercussões por parte da sua
família. Se ele era capaz de matar, sua família também. A esposa de Caim pode
ter sido uma das suas irmãs ou sobrinhas.
v.15
– Talvez esse sinal deva ser entendido como posto em Caim para assegurá-lo da
promessa de Deus.
v.16
– Caim e seus descendentes foram os cabeças da civilização humana até hoje
desviada de Deus. A motivação básica de todas as sociedades humanistas está em
superar a maldição, buscar o prazer e reconquistar o paraíso, sem submissão a
Deus.
v.17
– Estar banido da face do Senhor é uma condenação que faz parte do inferno – 2
Ts 1.9. Isto é o mesmo que ser perpetuamente banido da origem de todo o bem,
esta é a escolha dos pecadores.
Adão e Eva tiveram outros filhos e filhas. Caim,
portanto, deve ter se casado com uma das suas próprias irmãs. Semelhante
relacionamento foi uma necessidade no início. Posteriormente, devido à
proliferação dos funestos efeitos da queda e os casamentos entre parentes
multiplicarem anomalias biológicas nos filhos, esse tipo de casamento foi
proibido.
v.19
– Lameque era descendente de Caim, foi o primeiro que transgrediu a lei do
casamento e se casou com duas mulheres. Aqueles que abandonam a igreja abrem-se
a todas as formas de tentação.
Quando um hábito ruim é iniciado por um homem ruim, em
algumas vezes homens bons são tragados também. No caso de casamentos múltiplos,
podemos citar Jacó e Davi.
V.23,24
– Aqui percebemos que Lameque era um homem mau, assim como Caim. Não é de se
admirar que, aquele que violou as regras do casamento, também violasse outra
que o obriga a ser gentil, reconhecendo a mulher como vaso mais frágil. Aqueles
que nem sempre são os mais cuidadosos para cumprir com as suas obrigações, são
os que mais exigem respeito dos outros, principalmente dos parentes.
É comum que homens cruéis se gloriem naquilo que
geralmente é motivo de escândalo. Ver Fp
3.19.
Ele falou que Deus vingaria a sua morte de forma
exemplar, se baseando no que Deus falou para a situação de Caim, e como se o
Senhor fosse um protetor de assassinos. Podemos notar que o adiamento da
sentença de alguns pecadores e a paciência de Deus com eles são, muitas vezes,
mal utilizados para o endurecimento de outros que insistem em andar por
caminhos igualmente pecaminosos. Ver Ec
8.11. Porém, embora a justiça atinja mais lentamente alguns, eles estarão
apenas “coletando” para si a ira que está preparada para o dia da ira.
v.25,26
– Quando o Senhor permite que seja tirado um consolo (Abel), Ele lhes dá outro
em seu lugar, e que pode se tornar uma benção maior ainda.
v.26
– Sob o incentivo de Enos, tiveram começo as orações e o culto público ao
Senhor. Os familiares ímpios de Caim organizaram e dirigiram suas vidas em
torno das artes e empreendimentos seculares, e instituíram um modo de vida
voltado para a altivez e a arrogância. A família de Sete, ao contrário,
invocava “o nome do Senhor”, expressando assim a Sua dependência D´Ele. Dessa
forma, duas descendências totalmente diferentes foram ocupando a terra, a dos
justos e dos ímpios.
Fontes: Bíblia de Estudo Pentecostal; O Novo Comentário Bíblico; Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal.
Fontes: Bíblia de Estudo Pentecostal; O Novo Comentário Bíblico; Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal.
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