quinta-feira, 14 de junho de 2012

MOISÉS


            O tempo passou desde que José governou o Egito. Novos reis foram governando o Egito, até chegar um ao poder que não tinha ouvido falar de José; com isso, não respeitou o povo hebreu e resolveu colocar uma carga de tributos e trabalho excessiva para eles, pois temia que viessem a se voltar contra os egípcios, já eram muito numerosos. Mesmo com todas as suas artimanhas, o povo israelita continuava a se multiplicar, quando então o rei deu uma ordem absurda para as parteiras: que matasse todos os homens que nascessem, poupando apenas as meninas. Porém, como as parteiras eram tementes a Deus, não fizeram conforme a ordem do rei. Descobrindo a verdade, faraó mandou então que jogassem os meninos no rio, para morrerem lá. Tal situação nos mostra a fúria que o diabo possui em nossas vidas, querendo nos destruir desde a tenra idade.
            Quando Moisés nasceu, ficou escondido por três meses. Após esse tempo, com medo de que o menino fosse descoberto, a sua mãe o colocou dentro de uma arca, tentando protegê-lo ao máximo, e o lançou no rio. A irmã de Moisés foi acompanhando-o de longe, quando percebeu que a filha do faraó avistou a arca e se emocionou com o menino; rapidamente, a irmã de Moisés aproximou-se e a aconselhou que uma hebreia servisse como ama para o menino, ou seja, Deus permitiu que a própria mãe de Moisés continuasse com o menino, pelo menos por um pouco mais de tempo, agora em segurança; com o menino maior, o levou até a filha do faraó, que o adotou, dando-lhe o nome de Moisés (porque das águas o tenho tirado).
            Deus já tinha planos com Moisés, por isso permitiu que ele fosse criado pela filha de faraó. No palácio recebeu estudo, educação e conheceu de perto como funcionava o governo do Egito, pois seria muito útil no futuro tais informações. O ministério de Moisés, que sequer tinha começado ainda, prenuncia o de Cristo, pois: 1) Ambos foram alvos de tentativa de morte quando eram bebês; 2) Ambos ministraram como profetas, sacerdotes e pastores; 3) Ambos sofreram com o povo de Deus, livraram o povo da escravidão e instauraram um concerto.
            Já crescido, Moisés cometeu um homicídio, defendendo um hebreu de um egípcio. Com a descoberta do fato por parte do faraó, Moisés fugiu do Egito e foi habitar em Midiã, onde acabou se casando com Zípora, filha de um sacerdote. Ele permaneceu ali por quarenta anos, onde Deus o preparou para a sua futura tarefa na mesma região, o deserto de Sinai. Além de preparar Moisés, esse lapso temporal de quarenta anos serviu para o povo de Israel clamar ao Senhor pedindo socorro, e quando os israelitas se voltaram para Deus o Senhor se voltou para eles também.
            Nesses quarenta anos de deserto, Moisés ficou apascentando as ovelhas do sogro. A educação que recebeu no Egito era insuficiente para capacitá-lo para a obra de Deus. A sua solidão com Deus e o intenso trabalho foram necessários para o futuro trabalho de pastorear Israel.
            Quando Moisés encontrou no deserto a sarça ardente, a primeira coisa que Deus lhe pediu foi para tirar os sapatos, pois ali era um local santo, ou seja, a revelação inicial de Deus para Moisés foi a sua santidade. Santidade significa separação do pecado e de todo o mal, além de dedicação a Deus. É importante notar que a revelação inicial de Deus para Abraão foi do seu grande poder, enquanto para Moisés foi da sua santidade, e assim percebemos que a revelação do Senhor para nós foi progressiva.
            Em Ex 3.7, o Senhor falou que ouviu o clamor do seu povo. Assim como naquele tempo, Jesus hoje também está atento as nossas aflições. Em tempos difíceis, os santos precisam clamar a Deus para que Ele intervenha com misericórdia em nosso favor, e no tempo certo o Senhor nos livrará.
            Moisés, como nós hoje em dia, queria se eximir do chamado, perguntando quem era ele para fazer tal coisa. Realmente, nós, sozinhos, não somos rigorosamente nada; porém, Deus disse que estaria com ele, e esse é o segredo da vitória, a presença do Senhor em nossas vidas. É Ele quem nos capacita, nos dá coragem, que derruba as muralhas por nós, só Ele pode fazer isso. Na nossa caminhada, além de  nos capacitar, Ele nos avisa com antecedência de que algo ruim pode acontecer, como no caso de Moisés a resistência e perseguição de faraó, mas no final Cristo nos dará a vitória.
            Durante a sua volta para o Egito, aconteceu algo que poderia ter ocasionado a morte de Moisés. Ex 4.24 diz: "E aconteceu no caminho, numa estalagem, que o Senhor o encontrou e o quis matar". Aqui Moisés tinha negligenciado o sinal do concerto com o seu próprio filho. Diante de Deus isso foi um sinal claro de desobediência por parte de Moisés e sua esposa. Certamente Deus o feriu com uma doença potencialmente fatal, até que ele mandasse circuncidar o seu filho. Esse incidente demonstra que a eleição de um indivíduo por Deus continua somente quando ele permanece em obediência.
            No início de Ex 5, nós vamos perceber um conflito entre o nosso Deus e alguém que se proclamava um Deus, o faraó. Faraó questionava o poder do Deus de Israel, afinal de contas ele escravizava os israelitas, e com isso seria mais poderoso que o nosso Senhor. As dez pragas enviadas ao Egito foram o método de Deus demonstrar ao seu povo que Ele era mais poderoso que todo e qualquer deus egípcio.
            Quando o Senhor tem projetos em nossa vida, e tais projetos começam a ser revelados, o diabo fará de tudo para frustrá-los, e foi o que faraó fez. Ele aumentou o serviço dos israelitas, fato que os levou a reclamarem de Moisés e Arão; Moisés então foi procurar a face do Senhor, que então revelou seus planos, dizendo que iria salvar os israelistas. A partir daí, as pragas começaram a recair sobre o Egito e o seu povo: as águas tornaram-se sangue, rãs, piolhos, gafanhotos, e o faraó sempre prometendo que iria libertá-los, mas sempre voltava atrás em sua decisão, até que chegou o momento crucial: a morte de todos os primogênitos, com exceção dos israelitas e de seus animais. Para isso, bastava que colocassem sangue em suas portas. E aconteceu que, à meia-noite, todos os primogênitos foram mortos, até mesmo o filho de faraó, que finalmente deu autorização para que saíssem do Egito.
            Deus não tirou Israel do Egito porque os israelitas tinham grande fé, mas por causa da sua graça e das promessas. No começo, a fé que tinham era fraca, mas Deus, através das dez pragas sobre o Egito, pelas quais Ele revelou-se a si mesmo e o seu poder e cuidado por Israel, edificando-lhes a fé até conseguirem confiar NEle e lhe obedecerem.
            Quando começaram a andar pelo deserto, os israelitas tiveram cada vez mais provas do quanto Deus estava com eles. Colunas de nuvem e fogo os protegiam pela manhã e noite, maná caia do céu, o mar se abriu quando faraó e seu exército queriam destruir o povo, ou seja, em nenhum momento Deus os abandonou, mas mesmo assim não faltavam reclamações: por andarem sem parar, por não comerem carne, ou seja, eles simplesmente esqueceram que eram escravos e preferiam andar murmurando, e se existe algo que Deus odeia é murmuração, porque murmurar significa dizer que Deus não é Deus o suficiente.
            A intimidade de Moisés com Deus era realmente impressionante, a ponto do Senhor anunciar os dez mandamentos primeiro para ele. Os mandamentos foram escritos em duas tábuas de pedra pelo próprio Deus e entregues a Moisés e ao povo israelita. Os mandamentos serviam como um meio de Israel procurar viver em retidão com Deus, como também uma forma de obediência, para entrarem na terra prometida. Além dos dez mandamentos, outras leis passaram a reger o povo israelita, como as leis de propriedade, por exemplo.
            Moisés pode ser considerado como um grande exemplo de sacerdote, pois ele intercedia pelo povo. Em Ex 32 ele viu que o povo tinha construído um bezerro de ouro, e acabou quebrando as tábuas dos mandamentos, e teve o Senhor novamente que escrever tudo. Porém, seu coração era bom, e sempre intercedia em favor do povo, chegando até mesmo a falar para Deus que riscasse o seu nome do livro da vida. O Senhor também lhe deu instruções de como construir o tabernáculo, e assim foi feito, no momento em que Deus mandou.
            Saindo do livro de êxodo e chegando em Levítico, percebemos que o Senhor agora instituiu os sacrifícios, que serviam para expiar os pecados. Hoje, nós não precisamos mais disso, pois Jesus é o nosso cordeiro, e pelo Seu sangue nós somos perdoados!
            Já em Números, Deus manda Moisés numerar as tribos, e os coloca em ordem no acampamento, colocando os filhos de Arão e os levitas para trabalharem no tabernáculo. Chegou um momento, em Nm 11.12, que Moisés achou o seu cargo pesado, pois ele esperava conduzir o povo como um exército triunfante à terra prometida, mas ao invés disso se comportavam como bebês. Deus então colocou setenta anciãos para ajudá-lo na liderança espiritual do povo.
            Ao chegarem perto da terra prometida, doze homens foram enviados para observarem os moradores das terras, mas só Josué e Calebe confiaram nas promessas de Deus, os demais disseram que não daria para entrar lá, o que acabou por contaminar todo o povo. O Senhor, vendo isso, falou para Moisés e Arão que não permitiria que os murmuradores entrassem em Canaã, com exceção de Josué e Calebe, ou seja, de aproximadamente dois milhões só entrou em Canaã quem nasceu durante o percurso do deserto, além de Josué e Calebe.
            Em Nm 20, ocorreu algo que acabou por tirar a possibilidade do próprio Moisés entrar em Canaã. Deus havia lhe mandado que falasse para a rocha e que a mesma daria água, porém, como estava com raiva, bateu nela duas vezes e saiu a água. Como Deus não divide sua glória com ninguém, e não tem pacto com desobedientes, o Senhor não permitiria que Moisés entrasse na terra prometida. Deus permitiu que Moisés visse a terra que ele conduziu o povo por 40 anos, mas o exemplo de Moisés serve para nós também, porque somos ungidos do Senhor, mas isso não significa que Deus passará a mão nas nossas cabeças quando errarmos, Ele nos perdoa, mas as consequências ficam.

           
 Fonte: Bíblia de Estudo Pentecostal - CPAD.



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