Gl. 2.17 – “Pois, se nós, que procuramos ser justificados em Cristo, nós mesmos também somos achados pecadores, é, porventura, Cristo ministro do pecado? De maneira nenhuma”.
Uma das maiores críticas ao protestantismo refere-se ao fato de várias denominações evangélicas não possuírem uma uniformidade nos seus ensinamentos. Exemplificando: a igreja batista tradicional não crê no batismo com o Espírito Santo, enquanto os pentecostais, no qual me incluo, não só acreditam como exteriorizam tal batismo, através do falar em línguas. Contudo, ao meu sentir, tal diferença é irrelevante no sentido da nossa doutrina, que é a salvação através de Cristo Jesus, e esse é o norte que toda igreja cristã deve pregar: só através de Jesus há salvação. Agora, se os nossos irmãos batem ou não palmas, se eles marcham, sobem montes, enfim, são costumes que variam entre as denominações, mas, se a igreja prega que só Jesus é Senhor e Salvador, posso considerar que os membros dali são meus irmãos em Cristo.
Feita tal introdução, o tema ora estudado encaixa-se perfeitamente nessa questão que citei acima, já que está longe de ser unânime. Num primeiro momento, trago aos irmãos este versículo de Gálatas, no qual Paulo faz uma indagação fantástica: seria Cristo ministro do pecado?
No momento em que aceitamos Jesus tudo muda em nossas vidas; os nossos pecados, diz o Senhor, são jogados no mar do esquecimento, Ele nem se lembra mais! Irmãos, isso é maravilhoso! O nosso Deus é misericordioso e, mesmo com as nossas falhas, nunca nos abandona, e nós devemos tomar posse dessa promessa.
Um dos principais atributos do Senhor é a sua santidade; nós, que aceitamos Jesus, estamos aqui na Terra num processo de santificação, pois, quando nos apresentarmos (a igreja de Cristo) perante o Pai, seremos uma espécie de “noiva” do Cordeiro, e trata-se de uma noiva imaculada! Contudo, no momento nós estamos aqui na Terra, tentados diariamente por Satanás, e eventualmente cometemos deslizes, principalmente quando não pedimos a direção ao Senhor antes de fazer alguma coisa. Em casos assim, alguns irmãos usam para citar que somos pecadores, mesmo aqueles que já aceitaram ao Senhor como Salvador e buscam viver uma vida conforme os padrões bíblicos. Porém, seria essa a visão bíblica do assunto?
No versículo citado de Gálatas, fica claro que Jesus e pecado não combinam, onde há um o outro não habita. Nós, cristãos, temos uma promessa de que viveremos de eternidade em eternidade com Cristo, enquanto os ímpios terão um destino amargo, fruto da sua vida de pecados. Agora, se nós cristãos também somos pecadores, qual o motivo de irmos para o céu e os ímpios para o inferno? Seria somente pelo fato de aceitar a Jesus como Salvador? Quem acha assim esquece que o Senhor diz que a fé sem obras é morta, além do que o lema “uma vez salvo, salvo para sempre” é risível, para não falar algo mais forte. A fé vem do ouvir e ouvir a Palavra de Deus, e a salvação vem sim através da aceitação de Jesus como Senhor, mas para mantê-la devemos travar uma batalha diária, contra Satanás e a nossa própria carne, que são adversários terríveis para combatermos.
Pecador, em nossa visão após estudo de textos bíblicos, é quem está na prática do pecado. Exemplo: não há impedimentos para um casal legalizar o seu casamento, mas eles continuam tendo relações dentro de uma união estável. É pecado, sem dúvida, Deus instituiu o casamento e só lá que as relações sexuais são lícitas. O ímpio é pecador; se alguém que se diz crente está na prática do pecado, é pecador, não pode ser considerado cristão. Agora, se um cristão peca, mas se arrepende imediatamente e muda de atitude, não pode ser considerado pecador, pois o pecado não é uma prática em sua vida, foi um acidente, superado imediatamente. Exemplo: um cristão é assaltado e fala uma palavra imprópria contra o ladrão. Ele logo cai em si e se arrepende, pedindo perdão ao Senhor.
Em Rm. 5.9 está escrito: “Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira”. O sangue de Jesus nos purifica de qualquer pecado; o sangue de Jesus nos livra da condenação eterna, e a sua salvação está disponível para todos (Lc. 15.7 – “Digo-vos que assim haverá alegria no céu por um pecador que se arrependa, mais do que por noventa e nova justos que não necessitam de arrependimento”), e é nosso dever pregar o evangelho para os não crentes (Tg. 5.20 – “Saiba aquele que fizer converter do erro do seu caminho um pecador salvará da morte uma alma e cobrirá uma multidão de pecados”). Nos versículos citados, nós percebemos que existe uma clara distinção entre os justos (cristãos) e os ímpios/pecadores, não podendo o conceito de pecador se imiscuir no conceito de cristão, pois nós fomos feitos justiça de Deus através do sangue de Jesus!
Um pequeno texto de Lucas (5.8-10) poderia mostrar o contrário do que falei até agora, então vou colocá-lo aqui e depois comentá-lo. Diz o seguinte: “E, vendo isso Simão Pedro, prostrou-se aos pés de Jesus, dizendo: Senhor, ausenta-te de mim, por que sou um homem pecador. Pois que o espanto se apoderara dele e de todos os que ele estavam, por causa da pesca que haviam feito, e, de igual modo, também de Tiago e João, filhos de Zebedeu, que eram companheiros de Simão. E disse Jesus a Simão: Não temas; de agora em diante, serás pescador de homens”.
Como ir contra o que Pedro disse, se ele mesmo afirmou que era um pecador? A resposta é simples: sim, ele era pecador, como você e eu já fomos. Até aquela pesca Pedro apenas conhecia Jesus pelo visto de uma forma superficial, mas depois passou a aceitar Jesus, pois antes ele conhecia-o de ouvir falar, agora ele iria conhecê-lo de verdade, pois se rendeu totalmente ao Senhor, por isso é tão importante que a pessoa vá até lá na frente na igreja aceitar ao Senhor como Salvador, é uma demonstração pública que abala o inferno. No caso de Pedro, naquele momento ele reconheceu o senhorio de Jesus, tanto que o Mestre falou que ele seria um “pescador de homens”.
Por fim, a Palavra de Deus diz em Pv. 13.21 que “O mal perseguirá aos pecadores, mas os justos serão galardoados com o bem”. Em outro versículo, Jesus faz mais uma vez a separação entre justos e pecadores, comparando estes com doentes (Mc. 2.17 – “E Jesus, tendo ouvido isso, disse-lhes: os sãos não necessitam de médico, mas sim os que estão doentes; eu não vim chamar os justos, mas sim os pecadores”). A Palavra de Deus é coerente, a completude é uma das suas principais características, e, o mais importante, ela é a verdade! Eu creio que Jesus veio para nos dar vida em abundância; Ele nos amou tanto que se fez pecado e morreu na cruz para que tivéssemos vida eterna! Portanto, meus irmãos, eu sei que nós somos humanos e vamos errar sim, mas saibam que nós não fizemos nada para merecer a nossa salvação, mas Jesus já pagou o preço por nós. Ele ama o pecador, mas não tolera o pecado; porém, você que já o aceitou, tenho uma boa notícia pra te dar: quando Deus olha pra vc, meu irmão Cristão, Ele vê Jesus! Pelas pisaduras dele nós fomos sarados, então comemorem: você foi feito justiça de Deus através de Cristo Jesus!
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