quinta-feira, 24 de maio de 2012



ISAQUE - O FILHO DA PROMESSA

            Na aula de Abraão foi falado a respeito da expectativa do nascimento de Isaque, como também do momento em que o mesmo seria oferecido como sacrifício, então hoje falaremos apenas da vida adulta de Isaque. Apenas como lembrança, a obediência em se submeter ao que o seu pai lhe falou é admirável, pois Abraão já era velho e podia ser facilmente dominado, mas não foi isso que aconteceu; Isaque submeteu-se a autoridade de seu pai, e o nosso Deus o honrou.
            Rm 9.7 diz: “Nem por serem descendência de Abraão são todos filhos; mas: Em Isaque será chamada a tua descendência”. Não obstante o caráter improvável da promessa de Deus a Abraão e a Sara, já idoso, Isaque nasceu e, embora não tenha sido o primogênito de Abraão, ele era o escolhido de Deus para receber as promessas. Em Rm 9.7, Paulo utiliza Isaque como uma ilustração de como Deus não negocia a Sua soberania, impedindo qualquer interferência ou iniciativas humanas.
            Quando Isaque atingiu uma idade que seu pai considerou boa para contrair núpcias, Abraão mandou um de seus empregados até a terra que morava a sua parentela, com o objetivo de achar uma boa moça para casar com o seu filho.  E qual o motivo de Abraão ter mandado o seu servo para tão longe? Ele sabia que Deus o chamara e a seus descendentes para viverem uma vida separada do povo em derredor. Tal separação era o método de Deus para preservar um povo santo para si mesmo. Ao chegar lá, é interessante notarmos a oração que o empregado fez, e como Deus o honrou, pois quando achou Rebeca ela agiu exatamente como tinha sido pedido em oração. O servo de Abraão sem dúvida era um homem temente a Deus, o que nos leva a perceber que a fé ativa de Abraão contagiava quem estava ao seu redor, seja parentela ou empregados. Isso nos ensina algumas coisas:
1) Deus sempre escuta as nossas orações;
2) As nossas orações devem ser pertinentes;
3) As nossas orações devem ser completadas com louvores, adoração e ações de graças ao Senhor;
4) Deus atenderá o nosso pedido se o nosso desejo for o mesmo que Ele tem para a nossa vida, pois não podemos esquecer que a vontade DEle é perfeita, devendo sempre prevalecer a sua opinião.
            Ao aceitar o casamento, Rebeca seguiu imediatamente para a terra em que Isaque residia. Aos 40 anos, Isaque casou-se com Rebeca e finalmente poderia prosseguir com a promessa que Deus tinha feito a seu pai, de que dele sairia uma grande nação. Contudo, como para o cristão nada é fácil, Rebeca tinha o mesmo problema que Sara: era estéril. Com certeza Isaque passou pelas mesmas aflições e questionamentos que seu pai, mas ele fez algo já falado aqui e que e a chave da vitoria do cristão: ele orou! Por 20 anos Isaque orou e desejou ter um filho; com 60 anos o Senhor atendeu o seu pedido, logo lhe dando gêmeos, Jacó e Esaú.
            No cap. 26 de Gênesis, a Bíblia descreve que havia fome na Terra. Isaque pretendia ir até o Egito, mas o Senhor impediu, lembrando da promessa que tinha feito a seu pai Abraão, mandando que ele habitasse na terra que Ele dissesse, e assim seria com
Isaque, ou seja, Deus transferiu para Isaque as promessas feitas a Abraão. Isaque, assim como o seu pai, precisou aprender a viver segundo as promessas de Deus.
            Gn 26.5 diz que: "Porquanto Abraão obedeceu a minha voz e guardou o meu mandado, os meus preceitos, os meus estatutos e as minhas leis". Deus estava mostrando para Isaque que somente levantou o seu pai devido ao modelo da sua obediência, que procedia da fé dele em Deus. Abraão fez um esforço sincero para guardar as leis e os mandamentos do Senhor, e por causa disso Deus o abençoou. Isaque (e nós atualmente) devia seguir o exemplo de fé e obediência de seu pai, se esperava participar das promessa de Deus segundo o concerto e da sua salvação.
            Curiosa é a situação descrita em Gn 26.7, na qual Isaque disse que Rebeca era sua irmã ao invés de esposa, coisa que pai já tinha feito no passado por duas vezes, o que demonstrou ainda a falta de uma confiança plena nos cuidados de Deus para com ele e sua família.
            Nessa mesma terra de Gerar, Isaque continuou vendo como Deus o amava e cuidava dele. A Bíblia diz que Isaque plantava e a sua colheita era abundante, de cem medidas! Tinha muitas ovelhas, vacas e empregados, sendo invejados por todos os filisteus, é exatamente o que acontece hoje conosco. Existem três razões para essa colheita extraordinária de Isaque: 1°) ele era filho de Abraão; 2°) o Senhor o abençoou; e 3°) ele semeou.
            As pessoas tem inveja de tudo que é nosso: nossa casa, carro, vida, da unção de Deus em nossas vidas, e infelizmente tal sentimento não é só de ímpios, muitos que se dizem crentes possuem essa podridão por dentro, não foram libertas pelo sangue do cordeiro. Isaque ficou tão rico e poderoso que o próprio rei filisteu foi pedir que ele fosse embora de Gerar, tamanha a inveja que sentia do servo do Deus altíssimo.
            O relato no qual se manifesta a inveja dos filisteus lança luz sobre o caráter de Isaque. O patriarca demonstrou o espírito do sermão do monte 2000 anos antes que este fosse pronunciado. Os filisteus consideravam-no um estranho e intruso. Reclamaram para si o território. Entupir os poços era um ato de grande provocação, já que a água era de vital importância por ser elemento escasso naquela parte da Palestina. Isaque poderia ter - se defendido, porque era “muito mais poderoso” do que os filisteus (Gn 26.16), mas preferiu ceder a brigar, considerando que mais vale a paz com os homens e a benção divina do que a água.
            Porém, esse mesmo rei, chamado Abimeleque, mais tarde reconheceu que Deus estava na vida de Isaque, e o procurou para fazer um concerto de paz. Deus faz assim mesmo: Ele permite que passemos por determinadas situações, mas no final sempre temos vitorias e o nome do Senhor é exaltado.
            É por isso que as nossas provações nunca devem ser consideradas como empecilhos, pois, nas mãos de Deus, elas se tornam escada para o triunfo. Deus nos chamou para uma vida cristã bem sucedida.
            No final de sua vida, já bem velho, Isaque não conseguia enxergar muito bem. Deixaremos para falar do ato de conluio entre Rebeca e Jacó no próximo estudo, mas por hora é bom observar o quão ruim é ter uma predileção entre os seus filhos. Isaque preferia Esaú, enquanto Rebeca era toda de Jacó. Isaque no final de sua vida parece ter perdido um pouco de sua intimidade com Deus, pois desde que sua esposa estava grávida o Senhor já tinha falado que o menor seria maior, ou seja, apesar do costume de que o primogênito herdava tudo que seu pai tinha de melhor, Isaque simplesmente ignorou o que Deus falou, e todos sabemos que obedecer é muito melhor do que sacrificar.
            Podemos considerar Isaque um símbolo de Cristo, pelos seguintes motivos: 1°) ambos são reconhecidos como filhos de Abraão; 2°) nasceram de forma milagrosa; 3°) foram oferecidos em sacrifício; 4°) mostraram-se obedientes diante do seu próprio sacrifício.
            A consequência desta omissão de Isaque foi o erro cometido por Jacó e Rebeca, sendo que Jacó teve que se mudar para escapar da fúria de seu irmão.
            Isaque faleceu quando tinha 180 anos (Gn 35.29), velho e farto de dias. A sua vida parece ter sido apenas um eco da vida de seu pai. Ele cometeu os mesmos erros de Abraão, mas buscava sempre a Deus, sendo um homem de fé e obediência. Cumpriu o propósito de Deus para a sua vida, sendo guardião de suas promessas e transmitindo-as a Jacó.

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