segunda-feira, 9 de abril de 2012

A oferta de Abel


            Para iniciar, eu queria dizer que é impossível falar de Abel e não citar Caim, pois as suas histórias se entrelaçam na Bíblia. Abel foi o 2° ser humano a nascer! Apesar de pouco mencionado na Bíblia, qual o motivo dele ser considerado um dos heróis do antigo testamento?
            Em primeiro lugar, é bom conhecermos o significado do nome Abel. Abel quer dizer sopro, alento, e é provável que Adão e Eva tenham dado esse nome ao menino após refletirem a queda pelo pecado. Ao pecarem, Adão e Eva mudaram por completo não só as suas vidas, como também a de todos os seus descendentes. Em razão disso, só o sangue de um Salvador poderia nos redimir, reconciliando-nos com Deus, e sabemos que o nosso Salvador é Jesus, mas Adão e Eva não sabiam e em Gn. 4:1: “E conheceu Adão a Eva, sua mulher, e ela concebeu, e teve a Caim, e disse: Alcancei do Senhor um varão”.
            Adão e Eva tiveram tudo em suas mãos. Comida farta, um lugar belíssimo para morar e a presença diária de Deus, conversando com eles. Com o erro cometido, perderam tudo isso e tiveram que se adaptar. Antes, por exemplo, andavam nus e não sentiam vergonha; após a queda, como nos mostra Gênesis 3:21 (E fez o Senhor Deus a Adão e a sua mulher túnicas de pele e os vestiu), sentiram vergonha e passaram a andar vestidos, sendo que o Senhor teve que providenciar as suas vestes.
            Com base nesse versículo, alguns estudiosos questionam o verdadeiro motivo de Deus aceitar somente a oferta de Abel, rejeitando a de Caim. Antes, é bom que se diga, se os irmãos estavam ali oferecendo ofertas para o nosso Deus é sinal de que os seus pais, mesmo errando no passado, passaram as suas experiências com o Criador para os seus filhos, e eles cresceram no temor do Senhor, que é essencial para uma vida vitoriosa.
            Mas, continuando, o versículo de Gn. 3:21, para alguns, é sinal de que Deus não aceitou o sacrifício de Caim pois o mesmo não foi de sangue. Porém, como poderia ser sacrifício de sangue se a Lei ainda não existia? Justamente pelo que está escrito em Gn. 3:21, pois se foram feitas túnicas de pele para Adão e Eva algum animal foi morto para isso.
            Porém, uma outra visão, que parece a mais correta do ponto de vista bíblico, está em Hb. 11:4 – “Pela fé, Abel ofereceu a Deus maior sacrifício do que Caim, pelo qual alcançou testemunho de que era justo, dando Deus testemunho dos seus dons, e, por ela, depois de morto, ainda fala”. Além do mais, do ponto de vista bíblico, Abel foi o primeiro a fazer um sacrifício de sangue para adorar a Deus (Gn. 4:4), pois a morte dos animais em Gn. 3:21 teve uma finalidade distinta.
            Então, a fé de Abel foi o diferencial entre a sua oferta e a de Caim, e não o fato dele ter oferecido um animal e Caim um produto oriundo da terra. Como já falado anteriormente, apesar de ainda não existir a Lei, o sacrifício oferecido por Abel não deixa de ser considerado profético, pois já prefigurava o sacrifício pessoal de Jesus, o único capaz de nos livrar do pecado. Além disso, Abel ofereceu o seu melhor cordeiro, ele deu o seu melhor para Deus, o que nos leva a refletir. Será que nós fazemos isso também? Nós damos o melhor do nosso tempo para Deus ou só alguns minutos por dia? Nós damos os nossos dízimos e ofertas como primícias ou deixamos para pagar só após terminarmos de fazer todas as contas, ver se não estouramos os cartões de crédito?
            Imagine se Deus fosse assim. Ele chamaria um anjo e o mandaria até a terra para morrer por nós; teria feito o seu dever, mas não da forma como deveria ser. Deus nos deu o que Ele tinha de melhor, Jesus. Deus nos criou a sua imagem e semelhança, nos chamou de coroa da sua criação, e nós ao invés de tomarmos posse dessas palavras preferimos ficar por aí, andando de acordo com os dizeres do mundo moderno. O mundo diz que casar é ultrapassado, mas ficar é legal; o mundo diz que qualquer caminho leva a Deus, não só Jesus; o mundo diz que os pastores são safados e dinheiro de dízimo só serve para enriquecê-los, mas a Bíblia diz que ai daquele que faz a obra do Senhor de forma relaxada.
            A oferta da viúva é outro exemplo de oferta que foi aceita por Deus, podendo ser equiparada a de Abel. Enquanto os fariseus ofertavam valores maiores que o da senhora, Jesus disse que as suas moedinhas tinham um valor muito maior para Deus, pois era de coração e tudo que ela tinha, enquanto os fariseus ofertavam o que estava sobrando. Deus não se importa com a quantidade, mas sim com a qualidade de tudo o que oferecemos para Ele.
            E, finalizando o tema do sacrifício de Abel, ele conseguiu ser considerado justo. Vocês conseguem imaginar como isso é difícil e honroso, ser considerado justo pelo próprio Deus? Hoje nós somos justificados pelo sacrifício que Jesus fez por nós, mas Abel não, a sua fé lhe garantiu essa honra. O Senhor se agradou do sacrifício de Abel,  pois Ele conhece os caminhos dos justos (Sl. 1:6), os pensamentos dos homens (Sl. 94:11) e os que são seus (2 Tm. 2:19).
            A história de Caim mostra como o pecado tornou-se hereditário e conduziu ao primeiro homicídio, enquanto a história de Abel ensina-nos como aqueles que participam da culpa e do pecado de Adão podem ser aceitos na presença de Deus, por meio da oferenda do sacrifício expiatório (Através da Bíblia Livro por Livro – Myer Pearlman).
            Outro item que podemos abordar nesse tema é o sangue de Abel. O sangue de Abel antecipa e prefigura um de maior distinção: o sangue de Jesus, o Filho de Deus. O sangue do filho do primeiro Adão é um marco de maldade na história humana (Lc. 11:51), enquanto o sangue de Jesus, considerado o último Adão, é um outro marco, só que de redenção da raça humana.
            O sangue derramado de Abel, a sua morte pelas mãos de seu irmão, gerou no Senhor a necessidade de fazer justiça. O sangue derramado de Jesus, o próprio Deus, é superior ao de Abel e a de qualquer outro, pois é o sangue de Jesus que nos purifica de todo e qualquer pecado, o único capaz de nos conceder o privilégio da vida eterna, que nos justifica perante Deus e garante a nossa santificação.


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