sábado, 14 de novembro de 2015

GÊNESIS 15 E 16

GÊNESIS 15

v.1 – Depois da batalha em que derrotou os reis, Abraão ficou temeroso, por isso Deus lhe deu numa visão a certeza de que Ele mesmo era o escudo e o galardão de Abraão. Este, em resposta a essas palavras de consolo, relembrou a Deus que não tinha filhos, e, portanto, herdeiros. Assim sendo, ele adotaria um dos seus servos. Deus rejeitou a ideia e prometeu a Abraão que seria pai de um filho com a sua esposa estéril, e teria uma descendência inumerável. Abraão teve fé em Deus, e foi essa fé que lhe foi imputada como justiça.
            Quando você sentir medo com relação ao futuro, lembre-se que Deus prometeu estar com você nos momentos difíceis e que Ele prometeu-lhe grandes bênçãos.
v.2 – Eliézer era o servo de Abraão de maior confiança, trabalhando como administrador. Embora amasse seu servo, Abraão queria um descendente.
v.5 – Deus não prometeu riquezas ou fama para Abraão nessa parte, mas sim descendentes como as estrelas no céu. Você consegue contar as estrelas? Exatamente quando Abraão perdia as esperanças de ter um herdeiro, Deus lhe prometeu um número inimaginável.
            A aliança de Deus com Abraão tem sete partes distintas:
1ª) Farei de ti uma grande nação – sentido natural e espiritual;
2ª) Abençoar-te-ei – material e espiritualmente;
3ª) Engrandecerei o teu nome – o nome de Abraão é universal;
4ª) Tu serás uma benção;
5ª) Abençoarei os que te abençoarem;
6ª) Amaldiçoarei os que te amaldiçoarem – até hoje quem persegue os judeus não se dá bem;
7ª) Por meio de ti serão benditas todas as famílias da terra.

v.6 – Pela primeira vez nas Escrituras, a fé e a justiça são imputadas juntas. No Antigo Testamento, a fé tinha um duplo aspecto:
1°) confiança ou dependência;
2°) lealdade ou fidelidade.
            O termo crer aqui significa perseverar confiando e crendo, evidenciando uma fidelidade obediente. Era esse tipo de fé que Abraão tinha. Embora Abraão demonstrasse sua fé por ações, foi a sua fé no Senhor que o fez justo.
            Deus viu a fé sincera de Abraão expressa naquela atitude, e imputou como justiça. O termo justiça significa estar num relacionamento correto com Deus e com sua vontade. No novo concerto, a benção de Deus e o relacionamento certo com Ele são concedidos mediante a fé. Nossas atitudes externas (ida a igreja, orações, boas obras) não nos justificam diante de Deus, apesar de serem importantes.
v.8 – Abraão buscava confirmar se estava fazendo a vontade de Deus. E nós, como temos essa confirmação? Se nossas atitudes estiverem de acordo com a Bíblia.
v.13 – Deus disse a Abraão que seus descendentes seguiriam para o Egito e seriam oprimidos por quatro séculos, uma cifra arredondada dos 430 anos que realmente foram passados ali.
v.16 – Os amoritas eram uma das nações que viviam em Canaã, terra prometida aos hebreus. Deus sabia que essas pessoas se tornariam cada dia mais perversas, mas mesmo assim deu tempo para que eles se concertassem.
v.17 – Por que Deus deu essa visão a Abraão? O compromisso entre ambos era sério, era uma incrível promessa de Deus e uma grande responsabilidade para Abraão. O fogo e a fumaça representam a santidade de Deus, seu zelo por justiça e seu julgamento para todas as nações.
v.18 – Notemos que, embora um concerto geralmente envolvesse responsabilidades para as duas partes, neste caso, somente Deus passou entre os pedaços do animal (v.17). Foi Deus exclusivamente quem estabeleceu as promessas e as obrigações deste concerto; o papel de Abraão era somente o de aceita-las mediante fé obediente.


GÊNESIS 16
v.2 – Entre o povo da Mesopotâmia, o costume, quando a esposa era estéril, era deixar que sua serva tivesse filhos com o esposo. Esses filhos eram considerados legítimos da esposa. Porém, algumas considerações:
1°) Apesar de existir esse costume, a tentativa de Abraão e Sara não teve a aprovação de Deus;
2°) O Novo Testamento fala do filho de Agar como sendo produto do esforço humano, segundo a carne, e não segundo o espírito (Gl 4.29). Segundo a carne equivale ao planejamento puramente carnal, humano. Em outras palavras, nunca se deve tentar cumprir o propósito de Deus usando métodos que não são segundo o Espírito, mas esperando com paciência no Senhor e orando com fervor.
v.3 – Sara buscou problemas para si quando entregou Agar para Abraão, ela teve dificuldades em crer que a promessa era direta e especificamente para o casal. A sua falta de fé causou vários problemas, passando a frente de Deus. O tempo foi a maior prova para testar a disposição deles de permitir que Deus trabalhasse em suas vidas. Algumas vezes, nós precisamos esperar também.
v.5 – Mesmo tendo tido a ideia, Sara culpou Abraão pelos resultados. É sempre mais fácil acusar os outros do que admitir suas falhas. Adão e Eva fizeram o mesmo.
v.7 – Exemplo de teofania, o próprio Deus falando com Agar.
v.8,9 – Agar estava fugindo da sua senhora e do problema. Deus mandou que retornasse e se humilhasse diante dela. Agar precisava melhorar sua atitude com relação a Sara, não importando o quão justificável fosse a sua posição. Fugir dos problemas raramente trará solução.
v.11 – O nome Ismael significa Deus ouve, ou seja, Deus viu o modo injusto no qual Abraão e Sarah trataram Agar. Aquele nome dado antecipadamente foi um julgamento sobre Abraão, e revela que Deus abomina toda e qualquer injustiça entre os seus. Deus castigará quem cometer injustiça entre os fieis da igreja.


v.12 – Sua disposição de luta poderia ser usada na peleja espiritual, em favor ou contra Deus, a escolha seria dele.

Fontes: Bíblia de Aplicação Pessoal, Novo Comentário Bíblico e Bíblia de Estudos CPAD.

GÊNESIS 13 e 14

GÊNESIS 13

            Agora, Abraão volta às costas para o Egito e se volta para a terra prometida. Notamos três coisas que caracterizam a sua vida de peregrino: tenda, altar e poço. Abraão nunca foi plenamente abençoado enquanto não se separou de Ló.
            Gênesis 11 e 12 marcam uma linha divisória importante nas relações de Deus para com os homens. Até aqui tem sido somente raça adâmica, sem judeus ou gentios.
v.1,2 – Nos dias de Abraão, os proprietários de ovelhas e gado podiam juntar muitas riquezas. A riqueza de Abraão não incluía somente ouro e prata, mas também gado. Estes animais eram produtos valiosos utilizados para alimentação, vestimenta e materiais para fabricação de tendas e sacrifícios. Eles costumavam ser trocados por outros bens e serviços. Abraão podia ver sua riqueza aumentando e se multiplicando diariamente.

v.5,9 – Ao enfrentar um conflito em potencial com o seu sobrinho, Abraão tomou a iniciativa no estabelecimento da disputa. Ele deu a Ló a oportunidade de escolher primeiro, embora, sendo mais velho, tivesse o direito de fazê-lo. Abraão demonstrou conhecer o risco de ser trapaceado.
            Seu exemplo nos mostra como devemos enfrentar situações familiares difíceis:
1°) tome a iniciativa de resolver os conflitos;
2°) permitam que as pessoas tenham a chance de fazer a escolha, mesmo que isso signifique abrir mão de algo muito desejável;
3°) coloque a paz familiar acima das vontades familiares.

v.7,8 – Cercado por vizinhos hostis, os homens que cuidavam do gado de Abraão e Ló deveriam controlar-se, mas permitiram que a inveja os separasse. De forma semelhante, hoje, alguns cristãos deixam de vigiar enquanto satanás trabalha ao redor. Rivalidades, discussões e brigas entre os crentes podem ser destrutivas de três maneiras:
1°) danificam a boa vontade, a confiança e a paz, fundamentos da boa relação humana;
2°) impedem o progresso de importantes objetivos em desenvolvimento;
3°) tornam-se egoístas ao invés de amáveis.
            Jesus sabia quão destrutivas poderiam ser as discussões entre os crentes e, por isso, em sua oração final antes de ser traído e preso, ele pediu a Deus que seus seguidores fossem “um”.

v.10,11 – O caráter de Ló é revelado por suas escolhas. Ele escolheu a melhor parte da terra, embora isso significasse viver próximo a Sodoma, uma cidade conhecida pelo seu pecado. Ele era ganancioso, querendo o melhor pra si, sem pensar nas necessidades de seu tio Abraão, ou no que era justo. A vida é composta de escolhas;
v.12,13 – A princípio, bons pastos e água em abundância pareciam uma boa escolha de Ló, mas ele esqueceu que a maligna Sodoma poderia oferecer tentações fortes o bastante para destruir sua família. Alguma vez você já escolheu morar ou trabalhar em uma “Sodoma”? Ainda que se ache forte o suficiente para resistir as tentações, outros membros da sua família talvez não sejam como você.

GÊNESIS 14

v.4 – Quem foi Quedorlaomer e por que ele foi tão importante?
            No tempo de Abraão, a maioria das cidades possuíam os seus próprios reis, e eram comuns as guerras e rivalidades entre eles. Uma cidade conquistada pagava imposto ao rei vitorioso. Nada se sabe a respeito dele que não esteja na Bíblia, mas era muito poderoso, pois cinco cidades, incluindo Sodoma, pagavam impostos para ele durante 12 anos. Quando cinco cidades fizeram aliança e se recusaram a pagar, novamente as reconquistou rapidamente. Ao reconquistar Sodoma, Ló e sua família foram capturados. Abraão, com apenas 318 homens, desafiou o exército dele e o atacou próximo a Damasco. Com a ajuda do Senhor, Abraão os resgatou.
            Como cativo do rei, Ló enfrentou tortura, escravidão e ameaças de morte. Nós também podemos ser tentados a fazer coisas ou ir a lugares que não devemos. A prosperidade que almejamos é fascinante: pode tanto nos tentar quanto escravizar, caso nossos motivos não estejam de acordo com a vontade de Deus.

v.14,16 – Esses incidentes demonstram duas características de Abraão:
1ª) possuía coragem vinda de Deus. Atacou um poderoso inimigo;
2ª) estava preparado. Reservou tempo para treinar seus homens para um conflito em potencial.

v.18 – Quem foi Melquisedeque? Certamente foi um homem temente a Deus, pois seu nome significa “rei justo”. Ele foi chamado sacerdote do Deus altíssimo (Hb 7.1,2). Ele reconhecia que Deus era o criador dos céus e da terra. Ele poderia ser um rei da região; alguns consideram que tratava-se de uma teofania. Ele foi o primeiro sacerdote mencionado na Bíblia

v.20 – Abraão entregou o dízimo dos bens que havia adquirido, mas recusou-se a pegar quaisquer bens do rei de Sodoma. Ele não queria que falassem que o rei de Sodoma enriqueceu ele, mas sim que Deus o tinha enriquecido.

Fontes: Bíblia de Aplicação pessoal, o Novo Comentário Bíblico e Bíblia de Estudos CPAD.

quarta-feira, 13 de maio de 2015

PREGAÇÃO - DIA 13/05/15

SE FOSSE PRESO POR SER CRISTÃO, ENCONTRARIAM MOTIVOS PARA CONTINUAR PRESO? Rm 1.14,17.

         Irmãos, é certo que estamos nos finais dos tempos, e, como a Bíblia nos ensina, os cristãos serão cada dia mais perseguidos. Ao estudarmos a Palavra, percebemos que inúmeras vezes os nossos irmãos foram presos, humilhados, torturados, tudo por amor ao Evangelho. Hoje, o nosso sistema judiciário exige para a nossa prisão, e consequente condenação, provas que confirmem a autoria do fato. Então, a pergunta que lhes faço é a seguinte: se proibissem o cristianismo e você fosse denunciado como cristão, levado até a delegacia, o delegado teria provas suficientes de que realmente é um cristão?
         E como se pode provar que é um cristão?

1°) Pela sua profissão de fé
         Você tem professado a sua fé em Jesus publicamente? Para todos? As pessoas sabem que você serve a Deus ou ainda te perguntam a sua religião? O brilho de Cristo deve exalar de todo o seu ser, o nome de Jesus nunca pode sair da sua boca.
         As pessoas te conhecem por falar só de futebol, política, relacionamentos? Alguma coisa está errada. Você pode e deve falar de tudo isso, mas Jesus deve ser sempre o seu assunto primordial, a sua primícia.

2°) Pela sua obediência
         Não adianta falar de Cristo e não obedecer. Tem sido fiel a Ele? Respeita os seus mandamentos? Não adianta balançar a cabeça dizendo que sim no culto, enquanto o seu coração diz não aí dentro de você.
         Tem trabalhado e se sustentado com o suor de seu rosto? Tem sido fiel ao seu cônjuge? Tem perdoado e dado à outra face? Tem se afastado da aparência do mal? Tem dizimado regularmente ou só cumpre o mandamento do Senhor quando quer?
         Temos obedecido no que nos convém ou a tudo o que está na Palavra, mesmo que doa?

3°) Pelo testemunho de terceiros
         Aqui seria a “prova testemunhal”. Eu já vi aquele homem orando; eu já vi aquela mulher entrando na igreja; aquele homem já me evangelizou. A sua vida de oração, piedade, honestidade e honra deve ser pública, você deve ser íntegro 100% do tempo, sem mentiras, vícios, nada que o diabo possa usar contra você.

4°) Pela sua renúncia
         Você, como cristão, renuncia aos prazeres desse mundo. Beber, trair, fumar, xingar, roubar, pode ser ótimo e normal para o mundo, mas para nós é aversão e pecado. Você, como cristão, renuncia ao que o diabo te oferece, e assim ganhará o que Deus tem pra te oferecer.
         A prisão com Deus é mais confortável do que um hotel luxuoso na presença de satanás. Aonde Deus estiver com você ali será o melhor lugar para estar.


         Então, irmão: você continuará preso?

terça-feira, 5 de maio de 2015

GÊNESIS 11 e 12

GÊNESIS 11

v.1 – Esta passagem diz respeito ao tempo que veio logo após o dilúvio, uma época anterior a dispersão dos clãs (Gn 10.5,20,31,32). A antiga divisão entre filhos de Deus e filhos dos homens sobreviveu ao dilúvio. Se havia outros idiomas antes do dilúvio, provavelmente só o de Noé permaneceu.
v.3,4 – A torre de Babel era mais parecida com um zigurate (pareciam pirâmides com degraus ou rampas laterais). Era uma estrutura comum na Babilônia na época, chegando a uma altura de 99 metros de altura e de largura também.
            A torre de Babel foi uma grande conquista humana, uma maravilha do mundo, porém, era um monumento para engrandecer pessoas, não a Deus. Somos livres para prosperar em muitas áreas, mas não para pensar em tomar o lugar de Deus. Quais torres você tem construído em sua vida?
            O pecado do povo na terra de Sinar foi à ambição de dominar o mundo e dirigir o seu próprio destino, à parte de Deus, através da união política centralizada, poder e grandes conquistas. Esse desígnio era fruto do orgulho e rebeldia contra Deus. O Senhor frustrou o propósito deles, multiplicando idiomas em seu meio, de tal maneira que não podiam comunicar-se entre si, isso deu origem a diversidade de raças e idiomas no mundo.
v.5 – Por ser um justo juiz, antes de julgar, o Senhor investigou a causa. Os filhos dos homens estavam unidos em prol de um objetivo, errado, mas estavam unidos. Quão triste é ver os filhos de Deus desunidos, quando até mesmo os filhos das trevas tem sido mais prudentes.
v.8 – Há três grandes julgamentos de pecados cometidos pela humanidade na primeira parte de gênesis: expulsão do éden, dilúvio e dispersão das pessoas de Babel.
v.31 – Tera foi chamado inicialmente para Canaã, mas desistiu no meio do caminho. O seu filho, Abraão, que continuou a caminhada.


GÊNESIS 12
v.1 – O nome Abrão significa exaltado, enquanto Abraão significa pai de uma multidão. A intenção de Deus era ter um homem que o conhecesse, o servisse e guardasse os seus caminhos. Dessa família surgiria uma nação escolhida, de pessoas separadas de práticas ímpias. A chamada de Abraão envolvia não somente uma pátria terrestre, mas também uma celestial.
            Foram feitas três exigências para Abraão e Sarah, que demandaram grande obediência. A terra representava a região onde cresceu e morava (hábitos e costumes do povo); a parentela, o clã (sua identidade familiar); casa de seu pai, ou seja, os laços afetivos mais estreitos e a responsabilidade da liderança.
            As ordens de Deus eram bastante difíceis, pois, na época, apenas pessoas assoladas pela pobreza ou os exilados perambulavam de um lado para o outro; somente os sem terra e os fugitivos abandonavam a sua origem e vagavam pelo mundo.
            Assim como Abraão, nós somos chamados a renunciar tudo por amor a Cristo, visando ganharmos o nosso lar celestial. A nossa casa é querida, nossos parentes também, mas devemos amar tudo menos do que amamos a Deus (ver Lc 14.26).
            No tocante a chamada de Abrão, nós aprendemos nesse capítulo:
a) Escolha Divina – Deus escolheu Abrão, e isto importa conhecimento, aprovação, confiança e preparação para o fim destinado;
b) O Plano Divino – mediante o Seu escolhido, abençoar muitos povos;
c) A Chamada Divina – uma chamada positiva, individual, imperativa;
d) A Proteção Divina – “amaldiçoarei os que te amaldiçoarem”;
e) A Revelação Divina – “apareceu o Senhor a Abraão”;
f) A Promessa Divina – “à tua descendência darei esta terra”.

v.2 – Deus prometeu abençoar Abrão e torna-lo famoso, mas para isso precisava obedecer. Ele obedeceu e partiu em direção a promessa, para um futuro de bênçãos ainda maiores. Deus pode estar tentando levar você a um lugar onde poderá ser de grande proveito para Ele. Não permitam que o conforto e a segurança o façam perder o plano de Deus para a sua vida.

v.3 – Esta é a segunda profecia (ver Gn 3.15) a respeito da vinda de Cristo a este mundo. O texto fala de uma benção espiritual que viria através de um descendente de Abraão. Paulo declara que esta benção é o evangelho oferecido a todas as nações (Gl 3.8,14,16).
v.4 – Alguns estudiosos acham que Abrão desobedeceu a Deus quando levou Ló, porém, os versículos sugerem que foi Ló quem tomou a decisão de ir.
v.5 – Esta é a primeira vez que Canaã é mencionada como terra na Bíblia.
v.6 – Ao chegar lá, Abrão poderia imaginar que receberia todos os sinais da terra prometida, porém, Deus queria que ele continuasse vivendo pela fé. Lá moravam os perversos cananeus, que não deixariam o abençoado Abrão se estabelecer sem impor dificuldades. Todas as pessoas devem considerar-se estranhas e temporárias neste mundo, e, pela fé, encarar esta terra como um local estranho.
v.7 – Primeiro caso descrito na Bíblia de teofania, mas é provável que Deus já tivesse aparecido antes para Abraão.

v.10Abrão desce ao Egito: isto parece um desvio da senda da fé, e ali Abrão perde sua confiança na proteção de Deus, e pretende valer-se de um subterfúgio para evitar o ciúme do rei da terra. Contudo, Deus o protegeu sem ele esperar. Notemos sete coisas neste desvio de Abrão:
a) Agiu sem consultar a Deus;
b) Escolheu seu destino, confiando na própria inteligência;
c) Valeu-se da duplicidade para conseguir o seu propósito (v.13);
d) Perdeu de vista a perspectiva e o plano da sua vida (2.12);
e) Sua astúcia parecia alcançar bom êxito (v.14,15);
f) Se complicou na trama que ele mesmo criou (v.18);
g) Foi censurado por um rei pagão e mandado para a sua terra (v.18,20).

v.11 – É muito raro a Bíblia mencionar a beleza física de alguém. Um outro exemplo que podemos citar é o de José (Gn 39.6).

v.13 – A confiança que Abrão tinha em Deus falhou, e o resultado foi agir de engano, o que lhe rendeu várias complicações, inclusive o seu banimento vexatório do Egito. Tal fracasso é um lembrete aos crentes, no sentido de não olharem para as circunstâncias, mas sim para as promessas e a fidelidade de Deus. A fraqueza de Abrão nos mostra que Deus, no infinito da Sua misericórdia, nos traz de volta à sua vontade e propósito. 

v.17 – Esta é a primeira manifestação do cumprimento da promessa feita por Deus de amaldiçoar ou abençoar alguém que estivesse no caminho de Abrão.

Fontes: Bíblia de Estudo Pentecostal; O Novo Comentário Bíblico; Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal.

GÊNESIS 9

Deus prometeu tomar conta de suas vidas para que povoassem a terra. O Senhor deu novamente a terra para nós, diferente do que era no paraíso, mas muito melhor do que merecemos, que é o inferno. O homem no estado da inocência era governado pelo amor, mas agora seria pelo temor ao Senhor.
v.1/7 – A maioria dos estudiosos entende que até aqui os homens só se alimentavam de frutas e vegetais. O dilúvio mexeu com a fertilidade da terra, tornando os seus frutos menos agradáveis e nutritivos. Talvez o homem nunca tivesse pensado nisso até Deus falar.
            Os doutores judeus falavam dos sete preceitos de Noé, que deveriam ser observados por todas as nações.
a) Contra a adoração a ídolos;
b) Contra a blasfêmia, requerendo que se bendiga o nome de Deus;
c) Contra o homicídio;
d) Contra o incesto e a impureza;
e) Contra o roubo e a propina;
f) Requerendo a administração da justiça;
g) Contra comer carne com sangue.

V.5 – Deus irá requerer que cada pessoa dê conta de seus atos. Não podemos fazer mal ou matar outro ser humano sem ter de responder a Deus, uma pena deve ser paga.
v.6 – Deus procurou salvar a vida humana, reprimindo o homicídio na sociedade. Ele assim fez, de duas maneiras:
a) acentuou o fato que o ser humano foi feito a imagem e semelhança de Deus;
b) instituiu a pena de morte.
            A pena de morte foi reafirmada no Novo Testamento? Sim, quando se fala de “espada”. Ver At 25.11; Rm 13.4 e Mt 26.52.

v.8/17 – O pacto continha três partes:
a) nunca mais a terra seria destruída por águas de dilúvio;
b) enquanto houvesse terra, as estações aconteceriam como esperado;
c) um arco seria visto quando chovesse na terra.
            Esta promessa, porém, não impede que Deus possa trazer outros juízos terríveis sobre a humanidade, porque, embora tenha prometido não usar mais esta flecha, Ele tem outras para usar.

v.21 – Esta primeira menção de vinho nas Escrituras está ligada à embriaguez, ao pecado, a vergonha e a maldição. Por causa dos males da bebida, Deus fez da abstinência total o padrão reto para o seu povo. Ver Lv 10.9, Pv 31.4.
            Temos como pensar que Noé nunca tinha ficado embriagado antes e nem depois, devido a surpresa com a sua falha. Foi um grande pecado, principalmente por ter ocorrido logo após um grande livramento. Deus o deixou sozinho, assim como fez com Ezequias (2 Cr 32.31). Precisamos ter muito cuidado para não exagerarmos nas coisas boas que Deus nos deu, e também não devemos ficar com os nossos corações sobrecarregados (Lc 21.34).
            A consequência do pecado de Noé foi à vergonha. Numa comparação entre Adão e Noé, o primeiro tentou se esconder quando viu que estava nu, enquanto o segundo estava tão destituído de pensamento e razão que não procura sequer se cobrir.

v.25 – Este versículo tem sido utilizado de maneira errônea para justificar o preconceito racial e até mesmo a escravidão. No entanto, a sentença de Noé não foi dirigia a nenhuma raça em particular, mas à nação cananeia. A sentença foi cumprida quando os israelitas entraram na terra prometida e expulsaram os cananeus.
            Se Cam tivesse visto acidentalmente e não tivesse comunicado aos irmãos, não seria pecado, mas ele sentiu prazer na visão. Talvez ele mesmo já tivesse se embriagado antes e tenha sido repreendido pelo pai, e, naquele momento, se regozijava com a situação. Aqueles que andam em falso caminho se alegram pelos passos em falsos que alguém honrado pode cometer, por isso devemos vigiar.
            É errado divulgar os defeitos da pessoa. Noé era um bom homem e um bom pai para Cam, não merecia tal tratamento. Sem e Jafé o envolveram num manto, que podemos até chamar de “manto do amor” (1 Pe 4.8).
            Por que Noé amaldiçoou Canaã ao invés de Cam? Talvez Canaã estivesse envolvido no pecado de Cam, ou tivesse os mesmos defeitos de caráter do pai.
            Há duas possíveis razões para a profecia de Noé:
a) seu filho agora era mais culpado que os demais;
b) a posteridade desse filho seria, mais tarde, desarraigada de sua terra para dar lugar a Israel. Moisés registrou tais palavras para motivar Israel nas guerras!
            Servo dos servos significa o mais insignificante e desprezível.
            Sem foi, sem dúvida, muito abençoado. Da sua descendência vieram os judeus e, consequentemente, a igreja. Todos aqueles que professam a Cristo como Senhor terão a honra e o poder deste mundo em uma medida que Deus considerar adequada. O sacerdócio foi dado a Sem.
            No tocante a Jafé, que deu origem aos gentios, a sua benção pode ser considerada como a conversão deles ao evangelho.

Fontes: Bíblia de Estudo Pentecostal; O Novo Comentário Bíblico; Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal.

segunda-feira, 20 de abril de 2015

ESTUDO DE GÊNESIS 6/8

Aula da EBD FEC - 19/04/2015

GÊNESIS 6

v.1,2 – Dois fatores ocasionaram a iniquidade no mundo antigo:
a) O crescimento da raça humana gerou a depravação dos homens, transformando a benção da multiplicação (ordenada por Deus) em maldição. Ver Pv 29.16. Doenças infecciosas são mais destrutivas em cidades com grande população, e o pecado é uma lepra contagiosa. A igreja, quando o número de discípulos foi multiplicado, houve murmuração (At 6.1), e nós descobrimos uma nação que foi multiplicada, e não para a sua alegria (Is 9.3).
b) Casamentos mistos – os filhos de Deus, isto é, os membros da religião (filhos de Sete), que eram chamados pelo nome do Senhor, desposaram as filhas dos homens, isto é, pessoas profanas e estranhas a Deus. A posteridade de Sete se misturou com a de Caim. Ver 1 Co 6.10 e Dt 7.3,4.
            A teoria de que os filhos de Deus eram anjos caídos não subsistem, pois anjos não se casam ou reproduzem (Mt 22.30). A expressão “tomaram para si mulheres” é usada no Velho Testamento somente como referência ao casamento legítimo, não para relações sexuais ilícitas.
v.3 – O Espírito Santo contende com os pecadores através das condenações e advertências da consciência, para trazê-los de volta pra Deus. Embora a pessoa possa contender por muito tempo, não será para sempre (Os 4.17).
            Esta afirmação tem sido explicada por alguns estudiosos como se Deus concedesse às pessoas, nos dias de Noé, 120 anos para mudarem seus caminhos pecaminosos. O tempo dado por Deus para nós pode estar se esgotando também, então devemos buscar o Seu perdão enquanto há tempo.

v.4,5Nefilins – eram gigantes e homens de renome. Eles eram o terror dos heróis na terra dos viventes, violando direitos e passando por cima de tudo o que é sagrado. Mediam aproximadamente 3 metros de altura (ver Nm 13.33). Golias tinha aproximadamente 2,7 metros.
v.5 – Nos dias de Noé, o pecado abertamente se manifestava no ser humano, de duas principais maneiras: a concupiscência carnal e a violência.

v.6,7 – Deus se sentia ferido e ofendido pela iniquidade humana. O “arrepender” não insinua qualquer emoção ou desconforto em Deus, mas sim o seu justo e sagrado desgosto contra o pecado e os pecadores. O Senhor se sente como os homens se sentem quando são prejudicados e maltratados por pessoas que foram ajudadas anteriormente. Porém, a palavra arrependimento nunca foi dita por Deus no tocante a restauração do homem, pois a graça especial e efetiva é dada para assegurar os grandes objetivos da redenção. Deste modo, os dons e chamadas são sem arrependimento (Rm 11.29).
            Deus altera sim seus sentimentos, atitudes, atos e intenções, conforme as pessoas agem diante da Sua vontade.
            O Senhor fala do homem como a sua criatura, mesmo quando decide sobre a sua destruição. Em outras palavras, mesmo tendo criado os homens, isso não os isentará da destruição – ver Is 27.11. Se Aquele que é o nosso criador não for o nosso soberano, Ele será o nosso destruidor.
            É bom falar também que a arca, um meio de salvação, era uma simples e clara figura de Cristo. Passando pelas águas da morte, saiu a salvo numa nova criação.
            O juízo, é bom falar, que é uma obra estranha de Deus (Is 28.21), pois é diferente da obra que Ele tem prazer em fazer: misericórdia. O juízo tem cinco aspectos:
1°) é para a glória de Deus;
2°) é para a instrução das nações (Is 26.9);
3°) é purificador (Gn 15.16 e Lev. 18.25);
4°) é uma libertação do mal;
5°) é profético (Lc 17.26,27).

v.8,10 – Quando o Senhor estava desgostoso com o mundo, Ele foi generoso com Noé, o que indica a justiça de Deus, pois o Senhor o descobriu e sorriu pra ele. Graças diferenciadas demandam obrigações particularmente severas. É provável que Noé não tenha encontrado graça perante os homens, mas encontrou perante Deus. Ver 2 Co 5.9.
            Vejamos algumas características de Noé:
a) justo – ele foi justificado diante de Deus pela fé na semente prometida, pois ele era um herdeiro da justiça que é segunda a fé (Hb 11.7);
b) íntegro – em suas conversas, procurava conscientizar os seus semelhantes que deveriam cumprir as obrigações que tinham com Deus e com os homens;
c) honesto – ninguém, a não ser que seja totalmente honesto, consegue alcançar graça diante de Deus.

v.13,21 – Deus fez de Noé seu homem de confiança, comunicando a destruição do mundo pela água. Existe algum momento parecido com esse na Bíblia? Sim, com Abraão – ver Gn 18.17. Devemos notar que o segredo do Senhor é para aqueles que o temem (Sl 25.14), Ele era conhecido pelos seus servos através do Espírito que os informava, particularmente, dos seus propósitos.
v.14 – A palavra hebraica traduzida aqui como arca significa um objeto apropriado para flutuar, e ocorre somente aqui e em Êx 2.3,5 (cesto flutuante de Moisés).
            A capacidade de carga da arca equivalia a um trem com 300 vagões, e podia comportar cerca de 7000 animais. Era do tamanho de um campo e meio de futebol, e mais alta que um prédio de quatro andares.
            Deus poderia ter destruído o mundo de outra forma? Existe algum outro exemplo além do citado acima de Abraão? Podemos citar a morte dos primogênitos egípcios, mortos por um anjo do Senhor. Deus poderia ter colocado um sinal na família de Noé, mas Ele optou pelo dilúvio.
v.22 – O que fez Noé ser tão cuidadoso e obediente a Deus?
a) Sua fé em Deus. Noé creu, temeu o dilúvio e construiu a arca. A fé de Noé triunfou sobre toda a incredulidade da destruição;
b) Obediência – Não foi uma tarefa fácil para Noé, podemos imaginar o quanto de humilhação deve ter sofrido, escutando coisas do tipo “A loucura de Noé”. Agora, ele recebeu a ordem e cumpriu. E nós, temos cumprido as ordens de Deus?
c) Para a sua própria segurança – Ele temia o juízo de Deus, e prezou pela sua segurança e de sua família. Quando Deus alerta sobre julgamentos que se aproximam, é uma atitude de bom senso nos prepararmos – Ex 9.20,21 e Ez 3.18.

            Será que Noé avisou as pessoas? É provável que Noé tenha falado aos seus vizinhos da ira vindoura de Deus (ver 1 Pe 3.20), e deve ter sido alvo de muita zombaria. Porém, Deus confirma as Palavras de seus mensageiros (Is 44.26).

GÊNESIS 7
v.1 – Pares de cada animal se juntaram a Noé na arca; sete pares foram dentre os animais para serem usados em sacrifícios. Estudiosos afirmam que cerca de 45.000 animais podem ter entrado na arca.
            Apesar de ter construído a arca, Noé não entrou nela até Deus o convidar. Deus não mandou, apenas o convidou, indicando assim que iria com ele e sua família.
v.2 – Como tantos animais ficaram dentro da arca sem devorarem uns aos outros? E como animais de tamanhos enormes, como elefantes, cabiam lá?
            A explicação mais coerente com a Palavra de Deus é a seguinte: sabemos hoje que existem animais que hibernam durante o inverno, num período de frio intenso e pouco alimento. Ex: ursos. Creio que Deus transformou aquele ambiente escuro e apertado num local propício para que hibernassem, eliminando assim a preocupação com as fezes e alimentação de cada animal de grande porte.
            No tocante ao tamanho, em nenhuma parte da Bíblia fala-se de animais adultos, somente a quantidade de animais que deveriam entrar na arca, portanto, creio que Deus possa ter enviado filhotes, machos e fêmeas de cada espécie, assim economizaria em muito o espaço na arca.

v.6 – Pedro refere-se ao dilúvio para relembrar que Deus julgará o mundo outra vez, mas agora por fogo (2 Pe 3.10). Tal julgamento resultará no derramamento da ira de Deus sobre os ímpios, como nunca houve na história. Deus nos chama para pregar aos ímpios o arrependimento, se voltando para Deus e, assim, conseguindo a sua salvação.

v.11,12 – Dois eventos precipitaram o dilúvio: a implosão de imensos reservatórios de águas subterrâneas, por terremotos e maremotos, além de chuvas torrenciais que caíram na terra por quarenta dias.
            A água cobriu todos os altos montes, o que significa um dilúvio universal, não apenas localizado. Foi apenas depois de 150 dias que a água começou a baixar. Noé desembarcou da arca 377 dias após o início do dilúvio.
            Em 2 Pe 3.6 está escrito que o mundo antediluviano “pereceu”, ou seja, todas as convulsões sofridas pela terra, a sua topografia foi grandemente modificada.

GÊNESIS 8
v.1 – Deus não falou com Noé por 150 dias. Sua fé estava sendo provada, pois ele não tinha a mínima ideia de quando a água baixaria. Se já faz tempo que Deus não age em sua vida, pode ter confiança que Ele agirá de novo, mas, enquanto isso, temos o dever de buscar ao Senhor e continuar obediente.

v. 20 – Aqui começa a terceira dispensação, a do Governo Humano. Tanto na consciência quanto na inocência, o homem fracassou. A declaração da aliança com Noé sujeita a humanidade a uma prova. O homem seria responsável por governar o mundo segundo a vontade de Deus.

Fontes: Bíblia de Estudo Pentecostal; O Novo Comentário Bíblico; Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal.

segunda-feira, 13 de abril de 2015

GÊNESIS 4

            Caim significa possessão. Muitos presumem que Eva achava que essa era a semente prometida, e que por isso havia triunfado nele, mas estava enganada. Aliás, como exemplo de engano parecido na Bíblia, podemos citar 1 Sm 16.6.
            Abel significa vaidade. Como pensava que já tinha sido cumprido a promessa em Caim, Abel seria apenas uma vaidade em sua vida. Para aqueles que tem interesse em Cristo, e fazem D´Ele tudo o que tem, as outras coisas são como nada.
            No campo das hipóteses, poderia ser que cada um tivesse uma ocupação para que pudessem negociar e fazer permutas entre si. O trabalho estava longe de ser uma desonra para eles, pelo contrário, era uma honra.
            Pode ser que Abel tenha escolhido tal profissão para ter tempo de devoção a Deus, pois, assim como Davi e Moisés cuidavam de seus rebanhos, tinham tempo para conversar com Deus.

v.3,5 – Para entendermos a significação das duas ofertas, uma aceitável e a outra refutada por Deus, podemos subentender que Caim e Abel ouviram muitas vezes a história do primeiro pecado e do primeiro sacrifício: a morte do animal cuja pela forneceu as túnicas para Adão e Eva. É provável que o próprio Deus tenha dado ordens a Adão a respeito de tais ofertas. Tinham ouvido que as folhas de figueira, apesar de representarem esforço, não serviam pra nada, pois não havia derramamento de sangue. Caim deveria ter compreendido que não deveria trazer uma oferta da lavoura – 1ª posição. A 2ª posição diz que eles trouxeram suas ofertas conforme suas ocupações e posses (1 Co 16.1,2).
            Podemos imaginar se eles tiveram uma longa discussão, se eles brigaram, se Abel foi paciente. Aprendemos em Hb 11.4 que a oferta de Abel foi feita pela fé, por motivo dos atributos que ele via em Deus. Em 1 Jo 3.12 aprendemos que havia bastante diferença na conduta e caráter  dos dois irmãos, e isto deve ter ficado evidente durante os anos.
            A oferta de Caim é mencionada primeiro, talvez porque ele fosse o mais entusiasmado dos dois. O Senhor aceitou a oferta de Abel porque este compareceu diante D´Ele com fé genuína e consagração. A oferta de Caim foi rejeitada porque ele estava destituído de fé sincera e obediente, e porque as suas obras eram más. Deus tem prazer em nossas ofertas e ações de graça tão somente quando nos esforçamos para viver uma vida reta, de conformidade com a Sua vontade.
            Havia uma diferença no caráter das ofertas das duas pessoas. Caim era um homem ímpio, levava uma vida ruim, e, como consequência, o seu sacrifício era uma abominação ao Senhor. Deus não tinha respeito por Caim, e muito menos pela sua oferta. Com Abel foi diferente. Em Mt 23.35, ele foi chamado de justo. Seu coração era íntegro e devoto.

            Motivos da oferta superior de Abel:
1°) Em sua natureza
            A oferta de Caim era apenas um sacrifício de reconhecimento oferecido ao Criador, enquanto a de Abel reconhecia que ele era um pecador e implorava pelo seu favor.

2°) Características da oferta
            Caim trouxe o fruto do solo, qualquer coisa que veio facilmente a mão, algo que não desejava para si ou que não fosse negociável. Já Abel foi cuidadoso na escolha: não o defeituoso, o refugo, mas o primogênito do rebanho, do melhor que ele tinha.
            Abel ofertou visando à vontade de Deus como regra e a glória de Deus como finalidade, mas Caim fez apenas por companheirismo. Ele não era humilde, fez por si mesmo, era como um fariseu que glorificava a si mesmo.

           Ver Pv. 21.17. Deus avalia tanto os nossos motivos quanto à qualidade do que lhe oferecemos. Não devem nos preocupar as coisas de que estamos abrindo mão, pois tudo é de Deus, em primeiro lugar.

v.6,7 – Qual a sua reação quando alguém insinua que você fez algo errado? Você corrige o erro ou nega que precisa corrigi-lo? Após Caim ter o seu sacrifício rejeitado, Deus lhe deu a chance de corrigir seu erro e fazer uma nova tentativa, Deus até o encorajou a fazer isso. Porém, Caim se recusou, e o resto da sua vida é um exemplo assustador do que acontece com os que se recusam a admitir os erros. Da próxima vez que alguém insinuar que estamos errados, que venhamos a fazer uma reflexão e escolher o caminho de Deus, não o de Caim.
            Caim deveria ter ficado irritado consigo mesmo por sua própria deslealdade e hipocrisia, e o seu semblante deveria ser de arrependimento, não de raiva (Ex.: Lc 18.13). Um dos indícios que a pessoa tem um coração soberbo são as objeções que ela faz contra aquelas reprovações que recebe, por causa dos seus próprios pecados
v.7 – Trata-se aqui da ação do pecado sobre Adão. Deus retrata o pecado como uma força tentadora que, de modo semelhante a uma fera ou demônio, está pronto para atacar e devorar. Por outro lado, Deus também concede aos seres humanos a capacidade de vencer e de resistir ao pecado, quando nos submetemos à sua palavra, capacitados por sua graça. É do ser humano a opção de ceder ao pecado ou a vencê-lo.

            Como Caim poderia vencer o pecado?
Resposta: Ele teria que expulsar o ciúme doentio da sua vida. Semelhante a Caim, seremos vítimas do pecado caso não o vençamos, e só podemos vencê-lo com a ajuda preciosa do Espírito Santo.

v.8,10 – Este é o primeiro homicídio, uma vida tirada pelo derramamento de sangue humano. O sangue representa a vida; se o sangue for tirado de uma criatura vivente, esta morrerá.
            Talvez Adão e Eva não pensassem que seria tão ruim comer um fruto, mas reparem como o pecado se desenvolveu rápido e afetou seus filhos. Eles agiram contra Deus, mas Caim agiu contra Deus e outras pessoas.

v.9“Sou eu o guardador do meu irmão”?
            Alguns entendem que ele estava censurando tanto a Deus quanto a sua providência.

v.10 – Deus fala como se o sangue fosse ao mesmo tempo testemunha e acusador de Caim, porque o próprio conhecimento de Deus testifica contra ele, e a própria justiça de Deus exige uma satisfação. O sangue de Abel clamava por vingança, mas como é bom pra nós que o sangue de Cristo clame por perdão.
            A morte de Abel e o cuidado de Deus por ele, no decurso de todas as eras, observa atentamente todos os que sofrem por viver em retidão diante D´Ele. Deus conhece o sofrimento desses justos e o dia chegará que Ele agirá em favor deles, fazendo justiça e eliminando todo o mal.

v.11 – Caim foi amaldiçoado por Deus no sentido de Deus já não abençoar seus esforços para extrair da terra o seu sustento. Caim não se humilhou com tristeza e arrependimento diante de Deus, pois afastou-se do Senhor e procurou viver sem a sua ajuda.
            Caim foi severamente punido por Deus pelo seu pecado. O Senhor julga os pecados e os pune apropriadamente, com a finalidade de nos corrigir e restaurar nosso relacionamento com Ele. Quando você estiver passando pela correção, não fique ressentido, mas aproveite para renovar seu relacionamento com Ele.

v.13 – Caim censura a Deus, não aceitando a sua punição. Os corações sem humildade não são reformados pelas repreensões de Deus, pois se consideram ofendidos por elas. É uma prova de grande insensibilidade estarmos mais interessados em nossos sofrimentos do que em nossos pecados. Ver Lm 3.39.
            Ele se julga tratado com muito vigor, quando, na verdade, foi tratado com muita gentileza. As culpas imperdoáveis enchem os homens com terrores constantes – ver Sl 53.5 e Jó 15.20,21.

v.14 – Até o momento, só lemos a respeito de quatro pessoas: Adão, Eva, Caim e Abel. Surgem duas questões: por que Caim ficou preocupado em ser morto por outras pes.soas, e onde ele se arrumou uma esposa?
            Adão e Eva tinham inúmeros filhos que haviam sido instruídos a “encher a terra”. Caim sentia-se extremamente culpado pelo homicídio que cometera, e provavelmente temia repercussões por parte da sua família. Se ele era capaz de matar, sua família também. A esposa de Caim pode ter sido uma das suas irmãs ou sobrinhas.

v.15 – Talvez esse sinal deva ser entendido como posto em Caim para assegurá-lo da promessa de Deus.

v.16 – Caim e seus descendentes foram os cabeças da civilização humana até hoje desviada de Deus. A motivação básica de todas as sociedades humanistas está em superar a maldição, buscar o prazer e reconquistar o paraíso, sem submissão a Deus.

v.17 – Estar banido da face do Senhor é uma condenação que faz parte do inferno – 2 Ts 1.9. Isto é o mesmo que ser perpetuamente banido da origem de todo o bem, esta é a escolha dos pecadores.
            Adão e Eva tiveram outros filhos e filhas. Caim, portanto, deve ter se casado com uma das suas próprias irmãs. Semelhante relacionamento foi uma necessidade no início. Posteriormente, devido à proliferação dos funestos efeitos da queda e os casamentos entre parentes multiplicarem anomalias biológicas nos filhos, esse tipo de casamento foi proibido.

v.19 – Lameque era descendente de Caim, foi o primeiro que transgrediu a lei do casamento e se casou com duas mulheres. Aqueles que abandonam a igreja abrem-se a todas as formas de tentação.
            Quando um hábito ruim é iniciado por um homem ruim, em algumas vezes homens bons são tragados também. No caso de casamentos múltiplos, podemos citar Jacó e Davi.

V.23,24 – Aqui percebemos que Lameque era um homem mau, assim como Caim. Não é de se admirar que, aquele que violou as regras do casamento, também violasse outra que o obriga a ser gentil, reconhecendo a mulher como vaso mais frágil. Aqueles que nem sempre são os mais cuidadosos para cumprir com as suas obrigações, são os que mais exigem respeito dos outros, principalmente dos parentes.
            É comum que homens cruéis se gloriem naquilo que geralmente é motivo de escândalo. Ver Fp 3.19.
            Ele falou que Deus vingaria a sua morte de forma exemplar, se baseando no que Deus falou para a situação de Caim, e como se o Senhor fosse um protetor de assassinos. Podemos notar que o adiamento da sentença de alguns pecadores e a paciência de Deus com eles são, muitas vezes, mal utilizados para o endurecimento de outros que insistem em andar por caminhos igualmente pecaminosos. Ver Ec 8.11. Porém, embora a justiça atinja mais lentamente alguns, eles estarão apenas “coletando” para si a ira que está preparada para o dia da ira.

v.25,26 – Quando o Senhor permite que seja tirado um consolo (Abel), Ele lhes dá outro em seu lugar, e que pode se tornar uma benção maior ainda.


v.26 – Sob o incentivo de Enos, tiveram começo as orações e o culto público ao Senhor. Os familiares ímpios de Caim organizaram e dirigiram suas vidas em torno das artes e empreendimentos seculares, e instituíram um modo de vida voltado para a altivez e a arrogância. A família de Sete, ao contrário, invocava “o nome do Senhor”, expressando assim a Sua dependência D´Ele. Dessa forma, duas descendências totalmente diferentes foram ocupando a terra, a dos justos e dos ímpios.

Fontes: Bíblia de Estudo Pentecostal; O Novo Comentário Bíblico; Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal.