segunda-feira, 23 de abril de 2012

Noé - O Homem que Obedeceu a Deus!


            O texto básico da revista cita Gn. 6.13-18, mas a história de Noé, diferente dos dois homens das aulas anteriores, é mais detalhada na Bíblia, indo até Gn. 10. Então, para iniciarmos, gostaria de comentar o que está escrito em Gn. 6:2: "E viram os filhos de Deus que as filhas dos homens eram formosas; e tomaram para si mulheres de todas as que escolheram".
            Há teólogos que defendem nesse caso que os filhos de Deus seriam os demônios, e eles teriam se casado com mulheres, gerando assim filhos. Tal ideia não merece subsistir, pois em Mt. 22:30 Jesus nos diz que na ressurreição nós seremos como anjos do céu, e os mesmos não se casam. A interpretação correta de Gn. 6:2 é no sentido de que tais nomenclaturas são baseadas nas descendências de dois filhos de Adão: Caim e Sete. Caim, como estudado na 1ª aula, matou o seu irmão Abel, e a sua linhagem era ímpia, enquanto a descendência de Sete era piedosa. Porém, essa mistura levou a iniquidade que levou todos, com exceção da família de Noé, para a ruína.
            O nome Noé significa repouso. Noé era neto de Matusalém, o homem de maior idade registrado na Bíblia; como o seu avô foi contemporâneo de Adão por mais de duzentos anos, com certeza ficou sabendo de todo o agir de Deus nos anos anteriores ao do seu nascimento, crescendo assim no temor do Senhor.
            Mas por que Deus escolheu Noé? Em Gn 6.9 a Bíblia diz que Noé foi um homem justo e reto, o que podemos entender por tais imputações? O termo justo significa um bom relacionamento com Deus, enquanto ser reto é sinônimo de ser íntegro. Se repararmos em Gn. 7.1, Deus chamou apenas Noé de justo, mas permitiu que toda a sua família entrasse também na arca, ou seja, transportando isso para os dias de hoje, podemos afirmar que muito pode a oração de um justo, e por esse motivo nunca devemos deixar de orar pela salvação e libertação dos nossos parentes.
            O temor do Senhor foi outra razão de Noé ter sido escolhido por Deus para construir e entrar na arca. Segundo as Escrituras, o temor do Senhor é o principio da Sabedoria (Sl. 111:10). Nos dias de Noé o pecado abertamente se manifestava no ser humano, de duas principais maneiras: a concupiscência da carne e a violência, mas Noé mantinha-se afastado de tudo o que pudesse desagradar a Deus. Noé tinha convivência com as pessoas, ele não era um monge budista que precisa ficar isolado de todos, mas a sua comunhão com Deus era suficiente para não se contaminar com as coisas do mundo.
            Antes de firmar o seu concerto com Noé, a Palavra de Deus nos diz em Gn. 6:5,6 que o Senhor se arrependeu. O que seria esse arrependimento de Deus? Tal arrependimento significa, em outras palavras, a maldade, a degeneração humana que entristeceu o coração do Criador. A linguagem neste versículo é a de que os teólogos chamam de antropopática (antro=homem; phatos= sofrimento, paixão), pois Deus é descrito com sentimentos humanos, como em Gn. 1.31. Contudo, Deus não se arrepende como um ser humano o faz - Nm. 23:19.
            Ao dizer que estabeleceria um pacto com Noé, o Senhor contrasta a punição anunciada anteriormente com a sua misericórdia. Esta é a primeira vez que a palavra aliança foi usada na Bíblia, apesar do seu conceito já ter sido utilizado em Gn. 3:15. Deus informou tudo o que Noé precisava fazer e firmou o compromisso com ele.
            Em Noé ter achado graça ante Deus reside à esperança de toda história humana subsequente. Afinal, a esperança de recomeço não foi apenas para um homem e a sua família que não participaram da maldade, mas também para Deus com relação à humanidade.
            A total obediência de Noé é similar a de Abraão. Deus mandou Noé construir uma arca, mas ele nunca tinha sequer visto uma. Apesar disso, em total fé e confiança no Senhor, com quem ele andava, Noé, conforme tudo o que Deus lhe mandou, assim o fez. Por isso Noé está no rol da fé de Hb. 11. Porém, sempre deve-se ressaltar que Noé era homem, ou seja, não era perfeito, como nos relata a sua embriaguez em Gn. 9:20-27.
            Alguns outros exemplos de fé podem ser citados como semelhantes ao de Noé, onde uma suposta razão não prevaleceu frente a fé: 1) Quando Lázaro estava morto, Marta poderia duvidar da sua ressurreição; 2) Quando Abraão estava com 100 anos, poderia ter duvidado que seria pai; 3) Quando a viúva só tinha um pouco de farinha e azeite poderia ter duvidado de Elias, mas o seu alimento foi multiplicado de forma milagrosa.
O que podemos notar é que antes de haver o dilúvio já existia a pregação da justiça. Vejamos 2. Pe. 2:5 - "E não perdoou ao mundo antigo, mas guardou a Noé, pregoeiro da justiça, com mais sete pessoas, ao trazer o dilúvio sobre o mundo dos ímpios". A arca representou a salvação divina, além da paciência, pois a construção da arca durou 120 anos, e nesse tempo ninguém quis ouvir a voz de Deus, ninguém se arrependeu. Ao mesmo tempo que construia a arca, Noé ia pregando a palavra de Deus; se vivesse hoje, Noé não seria considerado um pregador bem sucedido, pois apenas sete pessoas entraram na arca, porém, a Palavra de Deus nos diz que há festa no céu quando uma alma se rende ao Senhor, então Noé cumpriu o propósito de Deus para a sua vida. O Senhor quer que os homens preguem a sua palavra, mesmo com respostas negativas a tais apelos.
            A palavra arca significa objeto apropriado para flutuar, e a arca que Noé construiu tinha a capacidade de comportar cerca de 7000 espécies diferentes de animais. A Bíblia é bem clara na duração do dilúvio, da quantidade de cada espécie animal ali presente, mas vale a pena fazer o seguinte registro: dos animais que Noé soltou para ver se a Terra já estava seca, a pomba possui uma mensagem alegórica, pois ela representa o Espírito Santo. A primeira vez que Noé soltou a pomba aponta para o Espírito Santo no antigo testamento. A segunda vez, para o ministério de Cristo, e a terceira para o dia de pentecoste, quando o Espírito Santos desceu a terra, e, desde então, aqui permanece.           
            O meio da salvação, a arca, era uma clara figura de Cristo. Passando pelas águas da morte, saiu a salvo numa nova criação - um mundo além do juízo - e os refugiados nela escaparam da sorte dos ímpios. Assim, Cristo nos salva pela sua morte e ressurreição.
            O incidente do dilúvio é, sem dúvida, o exemplo clássico de juízo divino, e por isso deve ser aceito como o tipo e ensino do Espírito Santo sobre o assunto. Lemos em Is. 28:21 que juízo é a obra estranha do Senhor (Is. 28:21 - "Porque o Senhor se levantará, como no monte de Perazim, e se irará, como no vale de Gibeão, para fazer a sua obra, a sua estranha obra, e para executar o seu ato, o seu estranho ato").  O juízo tem cinco aspectos: 1) é para a glória de Deus; 2) é para a instrução das nações (Is. 26:9); 3) é purificador (Gn. 15:16 e Lv. 18:25); 4) é, consequentemente, uma libertação do mal; 5) é profético (Lc. 17:26,27).
            Em Gn. 9:3-5, percebemos três novas realidades marcam o período pós-dilúvio: 1) a carne poderia ser comida com os vegetais. Tendo em vista essa ordem, presume-se que até aquele momento os homens e as mulheres alimentavam-se apenas de vegetais; 2) o sangue não poderia ser ingerido com a comida; 3) aquele que derramasse sangue teria de prestar contas de tal ato.
            A Bíblia diz que aquele que perseverar até o fim será salvo. A nossa volta alguns desanimam e deixam sua comunhão com Deus para voltarem a vida que levavam, enquanto outros se cansam de fazer o bem e abandonam o seu ministério. Porém, Deus não tem prazer nenhum nessas atitudes. Depois que saiu da arca, Noé edificou um altar para o Senhor, ou seja, apesar de passarmos por problemas e dificuldades, o Senhor as passa conosco, e todos os problemas serão resolvidos para a honra e glória do Senhor Jesus.
Fontes:
- Revista "Heróis do Antigo Testamento" - Editora Central Gospel;
- A Bíblia Explicada;
- Novos Comentários Bíblicos - Antigo Testamento.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Enoque: o homem que andava com Deus!




Antes de iniciarmos propriamente sobre Enoque, vamos falar um pouco sobre fé, em especial da sua natureza e espécies. Eis o que está escrito em Hb. 11:6 - Ora, sem fé e impossivel agradar-lhe, porque e necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que Ele existe e que é galardoador dos que o buscam.
       Podemos dizer que fé em geral e uma crença de testemunho ou a certeza da realidade de um objeto invisível. Difere do saber, porque esse se baseia na evidência dos sentidos, ao passo que a fé aceita o testemunho de outros.
       O grau da fé depende da natureza do testemunho alcançável. Em alguns casos, o testemunho e tão forte que pode ser igualado ao saber. Em outros, porém, é fraco e até duvidoso.
       A fé está relacionada com os três tempos: passado, presente e futuro. A fé no passado requer a crença na história e nos acontecimentos que ocorreram antes de nós. A fé no presente exige que acreditemos nos homens e nas coisas que não podemos ver nem entender. A fé no futuro pede que acreditemos que certos resultados seguirão necessariamente determinadas causas. A fé no futuro combina com a esperança.
       A fé, por vezes, é necessária onde a razão tem dificuldade em compreender. É absurdo o homem afirmar que crê somente naquilo que entende. Poderia esse homem explicar como a mente funciona e por que ele se sente capaz de levantar ou abaixar o braço a vontade, quando bem lhe parece? Em todas as relações e a cada momento de nossa vida, somos obrigados a crer em coisas que não entendemos nem podemos explicar.
       A Bíblia apresenta duas espécies de fé: teórica ou individual, que geralmente chamamos de crença, e a fé salvadora, aquela prevista em Hb. 11:6.
       A fé teórica, obviamente, não é a fé salvadora. O individuo pode ter uma boa crença e permanecer mau, mas os elementos dessa fé estão incluídos na fé salvadora, e sem eles o arrependimento e a fé justificadora serão impossíveis.
       A simples crença nos fatos e nas doutrinas cristas não é suficiente para salvar a nossa alma. Essa simples crença não é melhor que a dos demônios, pois eles creem e sabem que Jesus é o Cristo.
       A fé salvadora, segundo Paulo, é o meio pelo qual todo o ser do crente - sua inteligência, seu coração, sua vontade - entra em posse da salvação que a encarnação e a morte do Filho de Deus adquiriram para ele. E pela fé que se recebe a Cristo; só então ele passa a ser tudo para o homem e pelo homem. A fé que não se apropria da salvação não tem valor algum: as fontes da nova vida são fechadas, e o cristianismo e destruído em suas bases. Com base em tudo já dito, podemos dizer que só somos salvos pela fé em Cristo.
       Dito isto, agora podemos falar sobre Enoque. A palavra Enoque significa instrutor, iniciador. Uma curiosidade a respeito dele e que foi pai de Matusalém, o homem registrado na Bíblia que teve a vida mais longa, e para alguns estudiosos o seu nome significa quando morrer acontecerá, então alguns rabinos acreditam que esse nome era profético e apontava para o dilúvio, e inclusive existe uma tradição judaica que afirma que o dilúvio só começou no dia em que Matusalém morreu.
       No estudo de Enoque, podemos citar o seu andar, a sua fé, a sua profecia e o seu arrebatamento.
       A frase E ANDOU ENOQUE COM DEUS exprime uma vida de comunhão com o Senhor e obediência. Mas o que e andar com Deus?
       Vamos conferir alguns textos bíblicos que irão responder tal questionamento. Em Dt. 10:12 está escrito: Agora, pois, ó Israel, que é o que o Senhor, teu Deus, pede de ti, senão que temas ao Senhor, teu Deus, e que andes em todos os seus caminhos, e o ames, e sirvas ao Senhor, teu Deus, com todo o teu  coração e com toda a tua alma.
       Aqui, Deus não queria que o povo trocasse o amor sincero e profundo por Ele por meras formalidades religiosas, o conhecido legalismo.
       Em 1 Ts. 2:12 diz: Para que vos conduzísseis dignamente para com Deus, que vos chama para o Reino e gloria.
       Esse versículo nos ensina que devemos andar como dignos de Deus, ou seja, afastados de toda aparência do mal; se é pecado passamos longe, se temos duvida se é ou não pecado também passamos longe. Estamos aqui na Terra num processo de santificação, não devemos nunca esquecer disso.
       Para sabermos como é andar com Deus devemos saber como Jesus andou. Em At. 10:38 está escrito: Como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com virtude; o qual andou fazendo o bem e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com Ele.
       Então, nos moldes de Jesus, para andarmos com Deus devemos ter o Espírito Santo em nossas vidas, fazer sempre o bem e, na autoridade do nome de Jesus, levar a Palavra de Deus a todos, desfazendo as obras do diabo.
       Aprender a andar com Deus leva tempo. Precisamos ter tempo para ler a Bíblia, para orarmos, para entendermos a vontade de Deus em nossas vidas, pois a sua vontade é suave e perfeita. O mundo é muito atraente, mas devemos priorizar o nosso tempo com Deus.
       Quando estivermos andando com Deus, as pessoas irão perceber a diferença em nossas vidas. Podemos citar Moises como exemplo, em Ex. 34:29-35, pois ele andava com Deus e nessa situação o seu rosto resplandecia.
       A fé já foi explicada anteriormente, mas só para confirmar: a fé de Enoque era a de Hb. 11:5-6, ou seja, a fé salvadora.
       No tocante a sua profecia, prevista em Jd. 1:14-15, Enoque, inspirado pelo Espírito de Deus, disse a respeito da vinda do Senhor com os seus santos. Tal vinda corresponde a batalha final de Armagedon, na qual já sabemos o final, com Jesus aprisionando o diabo por 1000 anos.
       O caso do seu arrebatamento é um dos mais extraordinários relatados com grande economia de palavras. Quando isso aconteceu com Elias, o caso foi contado com detalhes (2 Reis 2:1-11). A Bíblia nos diz que Enoque foi transladado antes do dilúvio para não ver a morte, e ele representa também os cristãos que serão arrebatados antes dos eventos do apocalipse. Já Noé, que estudaremos melhor na semana que vem, ele foi deixado sobre a terra durante o dilúvio, e ele representa o povo que será conservado durante o apocalipse.
       É provável que Enoque, além de profeta, tenha sido também um pregador da Palavra de Deus, com as pessoas deixando de lado suas vidas ímpias para servirem ao único e verdadeiro Deus. Por esse motivo, é capaz que a popularidade de Enoque fosse absurda, e o Senhor percebendo que com a sua morte o povo iria acabar idolatrando ele, fazendo do seu tumulo um santuário, por exemplo, preferiu arrebatá-lo e deixar o povo somente com a mensagem pregada por Enoque, as suas profecias e o seu bom testemunho.


Fontes: Manual Prático de Teologia - Eduardo Joiner;
A Bíblia Explicada;
Revista Heróis do Antigo Testamento - Central Gospel
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segunda-feira, 9 de abril de 2012

A oferta de Abel


            Para iniciar, eu queria dizer que é impossível falar de Abel e não citar Caim, pois as suas histórias se entrelaçam na Bíblia. Abel foi o 2° ser humano a nascer! Apesar de pouco mencionado na Bíblia, qual o motivo dele ser considerado um dos heróis do antigo testamento?
            Em primeiro lugar, é bom conhecermos o significado do nome Abel. Abel quer dizer sopro, alento, e é provável que Adão e Eva tenham dado esse nome ao menino após refletirem a queda pelo pecado. Ao pecarem, Adão e Eva mudaram por completo não só as suas vidas, como também a de todos os seus descendentes. Em razão disso, só o sangue de um Salvador poderia nos redimir, reconciliando-nos com Deus, e sabemos que o nosso Salvador é Jesus, mas Adão e Eva não sabiam e em Gn. 4:1: “E conheceu Adão a Eva, sua mulher, e ela concebeu, e teve a Caim, e disse: Alcancei do Senhor um varão”.
            Adão e Eva tiveram tudo em suas mãos. Comida farta, um lugar belíssimo para morar e a presença diária de Deus, conversando com eles. Com o erro cometido, perderam tudo isso e tiveram que se adaptar. Antes, por exemplo, andavam nus e não sentiam vergonha; após a queda, como nos mostra Gênesis 3:21 (E fez o Senhor Deus a Adão e a sua mulher túnicas de pele e os vestiu), sentiram vergonha e passaram a andar vestidos, sendo que o Senhor teve que providenciar as suas vestes.
            Com base nesse versículo, alguns estudiosos questionam o verdadeiro motivo de Deus aceitar somente a oferta de Abel, rejeitando a de Caim. Antes, é bom que se diga, se os irmãos estavam ali oferecendo ofertas para o nosso Deus é sinal de que os seus pais, mesmo errando no passado, passaram as suas experiências com o Criador para os seus filhos, e eles cresceram no temor do Senhor, que é essencial para uma vida vitoriosa.
            Mas, continuando, o versículo de Gn. 3:21, para alguns, é sinal de que Deus não aceitou o sacrifício de Caim pois o mesmo não foi de sangue. Porém, como poderia ser sacrifício de sangue se a Lei ainda não existia? Justamente pelo que está escrito em Gn. 3:21, pois se foram feitas túnicas de pele para Adão e Eva algum animal foi morto para isso.
            Porém, uma outra visão, que parece a mais correta do ponto de vista bíblico, está em Hb. 11:4 – “Pela fé, Abel ofereceu a Deus maior sacrifício do que Caim, pelo qual alcançou testemunho de que era justo, dando Deus testemunho dos seus dons, e, por ela, depois de morto, ainda fala”. Além do mais, do ponto de vista bíblico, Abel foi o primeiro a fazer um sacrifício de sangue para adorar a Deus (Gn. 4:4), pois a morte dos animais em Gn. 3:21 teve uma finalidade distinta.
            Então, a fé de Abel foi o diferencial entre a sua oferta e a de Caim, e não o fato dele ter oferecido um animal e Caim um produto oriundo da terra. Como já falado anteriormente, apesar de ainda não existir a Lei, o sacrifício oferecido por Abel não deixa de ser considerado profético, pois já prefigurava o sacrifício pessoal de Jesus, o único capaz de nos livrar do pecado. Além disso, Abel ofereceu o seu melhor cordeiro, ele deu o seu melhor para Deus, o que nos leva a refletir. Será que nós fazemos isso também? Nós damos o melhor do nosso tempo para Deus ou só alguns minutos por dia? Nós damos os nossos dízimos e ofertas como primícias ou deixamos para pagar só após terminarmos de fazer todas as contas, ver se não estouramos os cartões de crédito?
            Imagine se Deus fosse assim. Ele chamaria um anjo e o mandaria até a terra para morrer por nós; teria feito o seu dever, mas não da forma como deveria ser. Deus nos deu o que Ele tinha de melhor, Jesus. Deus nos criou a sua imagem e semelhança, nos chamou de coroa da sua criação, e nós ao invés de tomarmos posse dessas palavras preferimos ficar por aí, andando de acordo com os dizeres do mundo moderno. O mundo diz que casar é ultrapassado, mas ficar é legal; o mundo diz que qualquer caminho leva a Deus, não só Jesus; o mundo diz que os pastores são safados e dinheiro de dízimo só serve para enriquecê-los, mas a Bíblia diz que ai daquele que faz a obra do Senhor de forma relaxada.
            A oferta da viúva é outro exemplo de oferta que foi aceita por Deus, podendo ser equiparada a de Abel. Enquanto os fariseus ofertavam valores maiores que o da senhora, Jesus disse que as suas moedinhas tinham um valor muito maior para Deus, pois era de coração e tudo que ela tinha, enquanto os fariseus ofertavam o que estava sobrando. Deus não se importa com a quantidade, mas sim com a qualidade de tudo o que oferecemos para Ele.
            E, finalizando o tema do sacrifício de Abel, ele conseguiu ser considerado justo. Vocês conseguem imaginar como isso é difícil e honroso, ser considerado justo pelo próprio Deus? Hoje nós somos justificados pelo sacrifício que Jesus fez por nós, mas Abel não, a sua fé lhe garantiu essa honra. O Senhor se agradou do sacrifício de Abel,  pois Ele conhece os caminhos dos justos (Sl. 1:6), os pensamentos dos homens (Sl. 94:11) e os que são seus (2 Tm. 2:19).
            A história de Caim mostra como o pecado tornou-se hereditário e conduziu ao primeiro homicídio, enquanto a história de Abel ensina-nos como aqueles que participam da culpa e do pecado de Adão podem ser aceitos na presença de Deus, por meio da oferenda do sacrifício expiatório (Através da Bíblia Livro por Livro – Myer Pearlman).
            Outro item que podemos abordar nesse tema é o sangue de Abel. O sangue de Abel antecipa e prefigura um de maior distinção: o sangue de Jesus, o Filho de Deus. O sangue do filho do primeiro Adão é um marco de maldade na história humana (Lc. 11:51), enquanto o sangue de Jesus, considerado o último Adão, é um outro marco, só que de redenção da raça humana.
            O sangue derramado de Abel, a sua morte pelas mãos de seu irmão, gerou no Senhor a necessidade de fazer justiça. O sangue derramado de Jesus, o próprio Deus, é superior ao de Abel e a de qualquer outro, pois é o sangue de Jesus que nos purifica de todo e qualquer pecado, o único capaz de nos conceder o privilégio da vida eterna, que nos justifica perante Deus e garante a nossa santificação.